A representação da catástrofe pelo entretenimento

Autores

  • Maria da Conceição da Rocha Ferreira Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2316-7114.sig.2022.187284

Palavras-chave:

Ficção, Catástrofe, Memória, Representação

Resumo

Este artigo explora acontecimentos de impacto social amplo, como as tragédias causadas por acidentes de origem nuclear, que têm sua carga emocional explorada por diversas montagens fílmicas, com o objetivo de expor o interesse da indústria do entretenimento na exploração de grandes tragédias mundiais. A proposta também é de investigar o que a ficção acrescenta de apelo ao público que a consome como uma forma de divertimento. Para isso, analisamos a minissérie Chernobyl, da HBO, pois, independentemente dos traços de espetáculo que possa apresentar, a representação da tragédia como forma de redenção do passado pode justificar o sucesso dessas formas de produção, que dramatizam a catástrofe real em busca de compreendê-la. Conclui-se que, apesar disso, este talvez não seja o gênero ideal para a educação científica da população e o despertar de seu senso crítico.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Maria da Conceição da Rocha Ferreira, Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro

    Doutora em Memória Social pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio). Fez pós-doutoral em Comunicação e Cultura na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Mestre em Sistemas de Gestão pela Universidade Federal Fluminense (UFF).

Referências

ALEKSIÉVITCH, S. Vozes de Tchernóbil: a história oral do desastre nuclear. São Paulo: Companhia das Letras, 2016.

BADIOU, A. “El cine como experimentación filosófica”. In: YOEL, G. (org.). Pensar el cine. Buenos Aires: Manantial, 2004. p. 23-35.

BADIOU, A. Petit manuel d’inesthétique. Paris: Seuil, 1998.

COMOLLI, J. Ver e poder a inocência perdida: cinema, televisão, ficção, documentário. Tradução de Augustin de Tugny, Oswaldo Teixeira e Ruben Caixeta. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 2008.

DELEUZE, G. Cinema 1. A imagem movimento. São Paulo: Braziliense, 1983.

FERRO, M. Cinema e História. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1992.

GUTFREIND, C. F. “O realismo e a catástrofe histórica nos filmes-testemunho”. Significação, São Paulo, v. 38, n. 36, p. 195-209, 2011.

NESTROVSKI, A.; SELIGMANN-SILVA, M. Catástrofe e representação. São Paulo: Escuta, 2000.

NORA, P. “Entre memória e história: a problemática dos lugares”. Projeto História, São Paulo, n. 10, p. 7-28, 1993.

OLIVEIRA, E. C. Estética da catástrofe. Goiânia: Editora da UCG, 2008.

OLIVEIRA, E. C. “O acidente com o Césio 137 e a estética do sublime”. Revista de História, Juiz de Fora, v. 37, n. 1, p. 141-165, 2013.

POLLAK, M. “Memória, esquecimento, silêncio”. Estudos Históricos, Rio de Janeiro, v. 2, n. 3, p. 3-15, 1989.

RICOEUR, P. Entre tempo e narrativa: concordância/discordância. Kriterion, Belo Horizonte, n. 125, p. 299-310, 2012.

RIVETTE, J. “De l’abjection”. Cahiers du cinema, Paris, n. 120, p. 54-55, 1961.

SELIGMANN-SILVA, M. “Violência e cinema: um olhar sobre o caso brasileiro hoje”. Comunicação & Cultura, Lisboa, n. 5, p. 95-108, 2008.

SERVALLI, M. “Minha Chernobyl e a versão HBO”. Revista Opera, [s. l.], 4 jul. 2019. Disponível em: https://bit.ly/3vkJ8dq. Acesso em: 26 abr. 2022.

SONTAG, S. Diante da dor dos outros. São Paulo: Companhia das Letras, 2003.

Downloads

Publicado

2022-09-02

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

A representação da catástrofe pelo entretenimento. (2022). Significação: Revista De Cultura Audiovisual, 49(58), 187284. https://doi.org/10.11606/issn.2316-7114.sig.2022.187284