"Los rubios" e os limites da noção de pós-memória

Autores

  • Fernando Seliprandy Universidade de São Paulo. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas. História Social

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2316-7114.sig.2015.103652

Palavras-chave:

pós-memória, filhos, documentário, ditadura, Los rubios.

Resumo

A noção de pós-memória, de Marianne Hirsch, é recorrente nas análises dos documentários realizados por filhos de vítimas das ditaduras do Cone Sul. Articulando a carga afetiva da lembrança, os laços consanguíneos e a indicialidade fotográfica, suas premissas dão concretude à transmissão intergeracional de memórias traumáticas. Por sua vez, o documentário Los rubios (Os loiros, 2003), de Albertina Carri, filha de desaparecidos da ditadura argentina, é radicalmente reflexivo. O filme se recusa a herdar uma visão épica da resistência, questionando a própria possibilidade da rememoração. O objetivo do artigo é problematizar a noção de pós-memória a partir da análise de Los rubios. A hipótese é que, ao invés de um legado natural, o que existe entre as gerações é um espaço cruzado por heranças e apropriações, transmissões de memória e transferências culturais.

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Biografia do Autor

  • Fernando Seliprandy, Universidade de São Paulo. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas. História Social
    Doutorando em História Social na Universidade de São Paulo (USP), onde também concluiu mestrado, no mesmo programa (2012), e graduou-se em História - Bacharelado (2003) e Licenciatura (2004). Pesquisa as relações entre cinema, memória e história, com ênfase nas representações cinematográficas da resistência às ditaduras na América do Sul.

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Publicado

2015-12-18

Como Citar

"Los rubios" e os limites da noção de pós-memória. (2015). Significação: Revista De Cultura Audiovisual, 42(44), 120-141. https://doi.org/10.11606/issn.2316-7114.sig.2015.103652