Autolesão não suicida em adolescentes: Terapia Comunitária Integrativa como estratégia de partilha e de enfrentamento
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.1806-6976.smad.2020.155736Palavras-chave:
Adolescente, Autolesão não suicida, Estratégias de enfrentamento, Saúde escolar, EnfermagemResumo
Objetivo: apreender por meio da Terapia Comunitária Integrativa (TCI) os fatores relacionados à autolesão não suicida em adolescentes e à contribuição da mesma para as estratégias de enfrentamento. Método: estudo qualitativo, conduzido com adolescentes que participaram das rodas de Terapia Comunitária Integrativa, as quais foram gravadas e
registradas em diário de campo. Utilizou-se análise temática e fundamentou-se no Modelo de Habilidades de Vida. Resultados: a autolesão emergiu em seis rodas, como tema ou envolto a outro sofrimento vivenciado pelas adolescentes mulheres. Foram evidenciadas as categorias “Adolescência e autolesão não suicida: alívio da angustia”, “Roda de Terapia Comunitária Integrativa: espaço terapêutico” e suas subcategorias. Conclusões: as adolescentes encontram na autolesão não suicida uma forma para materializar e aliviar o sofrimento decorrente de múltiplos fatores. A Terapia Comunitária revelou um espaço vivo de partilha e de ressignificação do sofrimento.
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