Autolesão não suicida e contexto escolar: perspectivas de adolescentes e profissionais da educação
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.1806-6976.smad.2020.168295Palavras-chave:
Adolescente, Comportamento autodestrutivo, Pesquisa qualitativa, Pessoal de educação, Psicanálise, Serviços de saúde escolarResumo
Objetivo: compreender as relações entre o contexto escolar e a Autolesão Não Suicida (ALNS) na perspectiva de adolescentes que se autolesionaram e profissionais da educação. Métodos:
Pesquisa qualitativa, cujos participantes foram 8 adolescentes e 15 profissionais de educação de uma escola de um municipio do interior de São Paulo. A coleta de dados com as adolescentes foi com entrevistas individuais utilizando o Desenho-Estória com Tema; com os profissionais foi o grupo focal, com uso de Diário de Campo. Os dados foram analisados pela Análise Temática; o referencial teórico foi a teoria psicanalítica winnicottiana. Resultados: Emergiram os temas “O (não) lugar do sofrimento na escola” e “Ações para enfrentamento da ALNS na escola”. Os dados demonstraram a existência de um ambiente pouco saudável ao desenvolvimento adolescente, sendo pouco acolhedor frente ao bullying e a ALNS. As
ações realizadas pela escola, apesar de pouco legitimadas pelos profissionais, foram reportadas como suporte para enfrentamento da ALNS pelas adolescentes. Conclusão: O
estudo traz importantes contribuições para o cuidado integral em saúde mental adolescente, visto que a intersetorialidade é inerente a tal aspecto. A interface saúde-escola ainda precisa
de esforços para que se efetive na prática; tal estudo traz subsídios para este aprimoramento.
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