Alterização, biologia humana e biomedicina
DOI:
https://doi.org/10.1590/S1678-31662015000300007Resumo
O presente artigo analisa processos de alterização na biologia humana e na biomedicina. A alterização é entendida aqui como o processo cultural de produção de alteridades por meio da delimitação, rotulação e categorização das formas possíveis de ser outro, desde um determinado marco de referência sócio-histórico. Ainda que a alterização faça parte de qualquer processo de delimitação de categorias de identidade no seio de uma cultura - e, nesse sentido, possa apresentar visões do outro tanto positivas quanto negativas -, aqui nos interessamos especificamente na alterização como fator de marginalização e exclusão social de diferentes grupos humanos. São analisados diversos processos de alterização operantes nos discursos e nas práticas das ciências biomédicas ao longo de sua história recente, os quais têm conduzido à exclusão social de diferentes categorias de outros, ou a tratá-los como inferiores, em pretendidas bases científicas, ou em função de determinadas práticas institucionalizadas dentro da comunidade científica. Exemplos típicos de grupos marginalizados pelas ciências ocidentais ao longo de sua história incluem as raças não europeias, as mulheres, os homossexuais e os "pobres". O principal objetivo do presente artigo é analisar, na história recente das ciências biomédicas, esses processos de alterização que têm conduzido à marginalização de tais grupos e a considerá-los como inferiores.Downloads
Publicado
2015-09-01
Edição
Seção
Artigos
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Alterização, biologia humana e biomedicina . (2015). Scientiae Studia, 13(3), 615-641. https://doi.org/10.1590/S1678-31662015000300007