Haeckel e Nietzsche: aspectos da crítica ao mecanicismo no século XIX

Autores

  • Wilson Antonio Frezzatti Jr. Universidade de São Paulo; Departamento de Filosofia

DOI:

https://doi.org/10.1590/S1678-31662003000400003

Palavras-chave:

Mecanicismo, Biologia, Haeckel, Nietzsche, Roux, Monismo, Crítica à metafísica, Mecânica do desenvolvimento

Resumo

O mecanicismo não constitui um corpo único de idéias, pois pode se apresentar sob várias perspectivas. Os pensamentos biológicos do século XIX formam um bom exemplo da diversidade das abordagens mecanicistas. Dessa forma, devem-se evitar investigações em que conceitos genéricos fundamentem o estudo de teorias biológicas: cada teoria deve ser entendida em sua própria trama conceitual. Ernst Haeckel, biólogo alemão, constrói, por meio de um mecanicismo físico-químico, uma filosofia monista em que os processos vitais são casos especiais de leis universais. A construção dessa filosofia envolve uma crítica do mecanicismo de contato. Friedrich Nietzsche, filósofo alemão, baseado na mecânica do desenvolvimento do neo-lamarckista Wilhelm Roux, desenvolve uma explicação da vida que dispensa tanto o mecanicismo quanto concepções teleológicas: a saber, a luta de impulsos ou forças por mais potência (vontade de potência). Tais exemplos mostram a interdependência, na biologia do século XIX, entre ciência e filosofia e a importância do estudo do pensamento dos autores que participaram desse processo histórico.

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Publicado

2003-12-01

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

Haeckel e Nietzsche: aspectos da crítica ao mecanicismo no século XIX . (2003). Scientiae Studia, 1(4), 435-461. https://doi.org/10.1590/S1678-31662003000400003