Ser sóbrio e racional: os usos ambíguos da razão na literatura dietética dos primórdios das luzes inglesas
DOI:
https://doi.org/10.1590/S1678-31662006000100004Palavras-chave:
Higiene, Sobriedade, Razão, Iluminismo inglês, George Cheyne, Luigi CornaroResumo
Este artigo mostra que, para compreender a palavra de ordem dos platônicos de Cambridge ("ser sóbrio e racional"), convém recolocá-la no contexto da medicina e da literatura dietéticas. O poder terapêutico conferido à razão (na cura do fanatismo religioso, por exemplo) encontra sua origem em um discurso sobre o corpo, sua saúde e suas doenças. Desde o surgimento, em 1634, da tradução inglesa do Trattato de la vita sobria de Luigi Cornaro até A doença inglesa (1733) de George Cheyne, é estreita a ligação entre a reflexão filosófica sobre a força ou a impotência da razão e o discurso normativo dos médicos que pregam a moderação e alertam os homens de letras contra os excessos de uma reflexão exagerada ou muito profunda. Nesse contexto, a razão aparece como uma faculdade de dupla face, ao mesmo tempo, poder terapêutico e fonte de desordens patológicas.Downloads
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2006-03-01
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Artigos
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Ser sóbrio e racional: os usos ambíguos da razão na literatura dietética dos primórdios das luzes inglesas . (2006). Scientiae Studia, 4(1), 83-99. https://doi.org/10.1590/S1678-31662006000100004