Sobre as origens da crítica da tecnologia na teoria social: Georg Simmel e a autonomia da tecnologia

Autores

  • José Luís Garcia Universidade de Lisboa; Instituto de Ciências Sociais

DOI:

https://doi.org/10.1590/S1678-31662007000300003

Palavras-chave:

Tecnização interior, Simmel, Tecnologia, Cultura, Desvio factício, Heterogonia dos fins, Meios e fins, Modernidade

Resumo

No pensamento de Georg Simmel deparamo-nos com uma atenção específica e completamente antecipatória, ainda que embrionária, do tema da ciência e da tecnologia modernas na sociedade industrial e metropolitana. No âmbito da teoria social e das humanidades, este fato coloca-o entre os pioneiros da reflexão neste campo. Esta constatação, porém, não foi ainda reconhecida nem submetida à análise profunda pela atual e influente corrente de estudos sociais sobre a tecnologia ou pelo ramo filosófico que se tem dedicado, nas últimas décadas, a sua interrogação e meditação. Este ensaio é composto por quatro partes principais: na primeira parte, apresenta-se sumariamente o contexto do pensamento sociológico sobre a tecnologia no tempo de Simmel, de forma a sustentar o seu pioneirismo nessa área; na segunda, desenvolve-se a conexão entre os elementos essenciais da sua proposta epistemológica para a apreensão da realidade social e a forma como, através do exemplo do dinheiro, compreendeu a mediação via objetos ou artefatos; na terceira, revela-se a sua compreensão do fenômeno tecnológico como sistema cultural; na última parte, reconstitui-se o seu Zeitdiagnostik e a argumentação precoce em favor da tese da autonomização da tecnologia.

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Publicado

2007-09-01

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

Sobre as origens da crítica da tecnologia na teoria social: Georg Simmel e a autonomia da tecnologia . (2007). Scientiae Studia, 5(3), 287-336. https://doi.org/10.1590/S1678-31662007000300003