Um exame histórico-filosófico da biologia evolutiva do desenvolvimento

Autores

  • Ana Maria Rocha de Almeida University of California; Programa de Pós-graduação em Plant Biology
  • Charbel Niño El-Hani Universidade Federal da Bahia; Instituto de Biologia; Departamento de Biologia Geral

DOI:

https://doi.org/10.1590/S1678-31662010000100002

Palavras-chave:

Biologia evolutiva do desenvolvimento, Evo-devo, Forma, Função, Estruturalismo, Funcionalismo, Transformacionismo, Variacionismo

Resumo

O desenvolvimento tem papel central na compreensão da evolução dos organismos multicelulares, dado que é o processo que resulta na produção da forma orgânica adulta. Logo, toda inovação morfológica deve ser também o resultado de modificações no desenvolvimento. Entretanto, a biologia do desenvolvimento permaneceu à margem da síntese evolutiva e o desenvolvimento foi tratado por muito tempo como uma caixa preta entre o genótipo e o fenótipo. Somente a partir dos anos 1980, foi dada mais atenção ao papel do desenvolvimento na evolução, resultando daí avanços teóricos e empíricos inesperados. Tais avanços resultaram na emergência de um novo campo de investigação, a biologia evolutiva do desenvolvimento (evo-devo), que vem cumprindo papel importante na construção de uma nova compreensão da evolução das formas orgânicas. Argumentamos que este campo tem papel central em uma "nova síntese evolutiva", atualmente em construção, que está comprometida com um "pluralismo de processos", ou seja, com a ideia de que não somente a seleção natural, mas também diversos outros mecanismos têm papel causal e explicativo na evolução biológica. A partir da discussão de algumas dicotomias clássicas no pensamento evolutivo, principalmente aquelas entre estruturalismo e funcionalismo e entre processos transformacionais e variacionais, buscamos situar a evo-devo no panorama do pensamento evolutivo contemporâneo.

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Publicado

2010-03-01

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

Um exame histórico-filosófico da biologia evolutiva do desenvolvimento . (2010). Scientiae Studia, 8(1), 9-10. https://doi.org/10.1590/S1678-31662010000100002