Formas de autonomia da ciência

Autores

  • Marcos Barbosa de Oliveira Universidade de São Paulo; Faculdade de Educação; Departamento de Filosofia

DOI:

https://doi.org/10.1590/S1678-31662011000300005

Palavras-chave:

Autonomia da ciência, Galileu, Serendipidade, Neoliberalismo, Mercantilização, Inovação, Responsabilidade social da ciência, Éthos científico, Merton, Conflito de interesses

Resumo

Na primeira parte deste ensaio, distinguimos três formas que a autonomia da ciência assume ao longo de sua história: a galileana, a vannevariana e a neoliberal. A galileana foi reivindicada por Galileu em seu conflito com a Igreja Católica. O termo "vannevariana" vem de Vannevar Bush, responsável pelo relatório Science, the endless frontier, que teve um papel fundamental na conformação das práticas científicas no período pós Segunda Guerra. A autonomia vannevariana diz respeito aos rumos da pesquisa científica. A autonomia neoliberal consiste na liberdade de cada cientista procurar financiamento para as pesquisas que deseja realizar em qualquer fonte, pública ou privada, tendo em vista apenas seu auto-interesse (intelectual e/ou econômico). Na segunda parte do ensaio, utilizamos o arcabouço conceitual e histórico proporcionado por essas distinções para discutir a questão: que forma de autonomia deve ser reivindicada pela ciência nos dias de hoje? O procedimento consiste em determinar, para cada uma das três formas, o que deve ser mantido e o que deve ser abandonado. A conclusão a que se chega é a de que a autonomia neoliberal deve ser descartada, a vannevariana restringida, e a galileana preservada.

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Publicado

2011-01-01

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Artigos

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