O legado de Thomas Kuhn após cinquenta anos
DOI:
https://doi.org/10.1590/S1678-31662012000300006Palavras-chave:
Ciência, Sociedade, Fatores racionais, Valores sociais, Kuhn, Programa forte, Science studiesResumo
Neste artigo, analiso o pensamento de Thomas Kuhn à luz da ideia de que sua obra desencadeou um processo de rediscussão acerca das relações entre ciência e sociedade. De fato, A estrutura das revoluções científicas, publicado em 1962, causou um impacto que deixou marcas indeléveis nos debates arrolados sobre a prática científica. Dois efeitos colaterais decorreram desse acontecimento: um possibilitou o surgimento - talvez a concretização de uma tendência - de questões extremamente técnicas e, em alguma medida, estéreis; o outro acirrou os ânimos da querela acerca do lugar que a ciência ocupa, ou deveria ocupar, na sociedade. O argumento central desenvolvido neste artigo é o de que o segundo efeito foi engendrado por Kuhn de forma inconsciente. Em outras palavras, Kuhn pode ser visto como tendo propiciado uma liberação involuntária, no sentido de ter recolocado o debate em torno da interface entre a ciência e a sociedade, embora a sua revelia. Dessa forma, ele pode ser apontado como a grande fonte de inspiração para o programa forte e os subsequentes science studies. É necessário, portanto, uma reavaliação das suas teses principais, a fim de que se possa lançar luz sobre a questão da interação entre os fatores racionais e os valores sociais.Downloads
Publicado
2012-01-01
Edição
Seção
Artigos
Licença
A revista detém os direitos autorais de todos os textos nela publicados. Os autores estão autorizados a republicar seus textos mediante menção da publicação anterior na revista.Como Citar
O legado de Thomas Kuhn após cinquenta anos. (2012). Scientiae Studia, 10(3), 535-560. https://doi.org/10.1590/S1678-31662012000300006