Os mártires de Bernard: a sensibilidade do animal experimental como dilema ético do darwinismo na Inglaterra vitoriana

Autores

  • André Luis de Lima Carvalho Fundação Oswaldo Cruz; Instituto Oswaldo Cruz; Laboratório de Avaliação em Ensino e Filosofia das Biociências
  • Ricardo Waizbort Fundação Oswaldo Cruz; Programas de Pós-Graduação em Ensino de Biociências e Saúde e em História das Ciências e Saúde

DOI:

https://doi.org/10.1590/S1678-31662012000200007

Palavras-chave:

Darwin, Darwinismo, Cobbe, Fisiologia experimental, Vivissecção, Antivivisseccionismo, Cão, Animal darwiniano, Inglaterra vitoriana, Ética animal

Resumo

O presente trabalho investiga as implicações éticas do uso de animais experimentais na Inglaterra vitoriana com o advento do darwinismo, a partir de meados do século XIX. A tese darwiniana da origem comum entre animais e humanos, por um lado, afirmava a importância e justificava cientificamente o uso de animais em estudos de fisiologia experimental, mas, por outro lado, também fortalecia o questionamento da legitimidade moral da exploração dos animais pela ciência. Isso porque se o animal darwiniano figurava como um modelo experimental ideal, ele também era visto como um ser sensível, que compartilhava com os humanos a suscetibilidade ao sofrimento físico e emocional. Discutem-se também os aspectos de continuidade e de transformação sofridos pelo animal vitoriano com o advento do darwinismo e o alvorecer da fisiologia experimental na Inglaterra da segunda metade do século XIX, dando especial ênfase s implicações éticas - amplamente levantadas então pelos adeptos do movimento antivivisseccionista, como Frances Power Cobbe - quanto ao emprego de animais domésticos em experimentos fisiológicos.

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Publicado

2012-01-01

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

Os mártires de Bernard: a sensibilidade do animal experimental como dilema ético do darwinismo na Inglaterra vitoriana. (2012). Scientiae Studia, 10(2), 355-400. https://doi.org/10.1590/S1678-31662012000200007