Entre a domesticação e a estrangeirização: análise das estratégias de tradução em “Sejamos todos feministas”

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2317-9511.v40p250-275

Palavras-chave:

estratégias de tradução, domesticação, estrangeirização, invisibilidade

Resumo

Este artigo discute as estratégias de tradução empregadas no ensaio ‘Sejamos todos feministas,’ da escritora Chimamanda Adichie, no par linguístico inglês-português brasileiro. Ademais, examina teoricamente as implicações ideológicas das soluções tradutórias adotadas em trechos escolhidos segundo dois parâmetros: estranhamento durante a leitura do texto de chegada e evidência de passagens, no texto fonte, com teor nitidamente ideológico. Baseado nas teorias de Schleiermacher (2007), Venuti (1995) e Niranjana (1992, 2010), partiu-se da hipótese de que o texto de chegada tenderia à domesticação através de apagamentos ou de adaptação de estereótipos descritos pela autora no texto fonte. Nos trechos selecionados, a análise demonstrou que a domesticação ocorreu nos níveis estrutural, lexical, cultural, social, ideológico e político, o que confirma nossa hipótese.

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Biografia do Autor

  • Arlene Koglin, Universidade Federal de Pernambuco

    Professora Adjunta do Departamento de Letras da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Doutora em Estudos Linguísticos (2015), na Linha de Pesquisa Estudos da Tradução, pela Universidade Federal de Minas Gerais, com pesquisa desenvolvida sobre a pós-edição de metáforas traduzidas automaticamente em comparação à tradução humana deste tropo. Mestre em Estudos da Tradução (2008) pela Universidade Federal de Santa Catarina com pesquisa sobre a legendagem do humor e de metáforas. Tem experiência de ensino em tradução, tradução audiovisual, memórias de tradução, pós-edição de textos traduzidos automaticamente, além de experiência nas áreas de língua estrangeira (Língua Inglesa) e de língua materna (Português para estrangeiros). Na pesquisa, atua, principalmente, nos seguintes temas: tradução humana, pós-edição de textos traduzidos automaticamente, CAT Tools, tradução automática, tradução de metáforas, processo tradutório, esforço cognitivo.

  • Márcia Morales Klee, Universidade Federal de Pelotas

    Márcia Klee é tradutora e intérprete de língua inglesa na Universidade Federal de Pelotas, junto à Coordenação de Relações Internacionais desde 2010, mestre em História da Literatura (Literatura canadense, escrita feminina) pela Fundação Universidade Federal do Rio Grande (2008) e licenciada em Língua Inglesa e Literaturas de Língua Inglesa pela Universidade Federal de Pelotas (2003). Exerceu cargo como professora substituta junto ao Curso de Letras da UFPel em dois contratos (2003-2005; 2007-2009), ministrando disciplinas de língua e literaturas de língua inglesa. 

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Publicado

2021-12-22

Edição

Seção

Número Especial - Tradução e Cultura

Como Citar

Koglin, A., & Morales Klee, M. (2021). Entre a domesticação e a estrangeirização: análise das estratégias de tradução em “Sejamos todos feministas”. Tradterm, 40, 250-275. https://doi.org/10.11606/issn.2317-9511.v40p250-275