Vladímir Nabókov: as artes da tradução

Autores

  • Graziela Schneider Urso Universidade de São Paulo - Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2317-9511.tradterm.2011.36757

Palavras-chave:

Nabókov, Vladímir 1899-1977, Literatura Russa, Cultura Russa, Língua Russa, Tradução, Autotradução.

Resumo

O presente artigo considerará Vladímir Nabókov† à luz da interrelação de escrever e (auto)traduzir, realçando as  intersecções de (re)ler, (re)traduzir, (re)criar, revisar, (auto)traduzir e (re)escrever. Ser trilíngue desde a infância não tornou sua trajetória de transformações e o derradeiro exílio – de sua Língua – menos complexos do que a partida e a crescente distância – de sua Terra – ambas, rememoradas e recriadas pela memória, continuam em sua ficção. Escritor, tradutor, professor, teórico camaleônico, Nabókov se apodera da autotradução, entrelaçando os limites da Vida, Arte, Ficção, Metáfora, transformando transposições de autotradução em um eterno retorno de  infinitos processos de (re)escritura e (re)criação da (des)construção do novo texto literário na nova língua, em uma fusão de passado e futuro. Desafiando as fronteiras entre Literatura, Linguagem e Tradução em dicotomias poético-prosaicas, tradicional-modernas, e caminhos entre originais e novos originais, Nabókov orquestra a arte da composição e a intertextualidade, culminando em uma poética nabokoviana sui generis – uma consciência onisciente, onipresente e onipotente da escritura e do ato tradutório e da incompletude da expressão diante do pensamento e sentimento. O enlevo de traduzir pela primeira vez, do russo ao português, contos da coletânea Primavera em Fialta (1956), que o próprio Nabókov reuniu, em paralelo ao cotejo com as autotraduções desses contos para o inglês e seus processos de tradução, suscita questões sobre os deslocamentos em sua paisagem e língua literária e sobre a relação entre (re)ler, (re)escrever, (auto)traduzir e identidades culturais e artísticas plurais, revisitando o Nabókov escritor como tradutor e o Nabókov tradutor como escritor.

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Biografia do Autor

  • Graziela Schneider Urso, Universidade de São Paulo - Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas
    Doutoranda em Literatura e Cultura Russa pela USP. Defendeu a dissertação “A  face  russa  de  Nabókov:  poética  e tradução”. Traduziu, entre outros, “Minha descoberta da América”, de V. Maiakóvski (São Paulo, Martins, 2007), “O cadáver vivo”, de L. Tolstói, com Elena Vássina (São Paulo, Peixoto Neto, 2007), e alguns textos de “Os Últimos Dias de Tolstói”, com outras tradutoras (São Paulo, Cia das Letras, 2011).

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Publicado

2011-12-04

Edição

Seção

Artigos