Nãotradução: uma poiética tradutória perturbadora

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2317-9511.v41p5-29

Palavras-chave:

Jacques Brault, Nãotradução, Reescrita criativa, Prática tradutória pós-colonial

Resumo

Este trabalho pretende analisar a nãotradução, termo proposto por Jacques Brault para definir uma de suas estratégias de criação poética. Segundo ele, a nãotradução é uma prática de escrita e não um sistema ou teoria tradutória. Apoiando-nos nos ensaios fundadores da nãotradução de autoria do próprio Brault, procuramos demonstrar que se trata de uma técnica de composição cujo resultado é uma reescrita criativa, nem poema original e nem tradução, mas uma nova intelegibilidade de ambos. Sem se emancipar do poema original e graças a virtuosidade do poeta nãotradutor, a nãotradução faz surgir um terceiro texto estabelecendo uma relação enunciativa tríplice que congrega três vozes: a do poeta do poema original, a do poeta nãotradutor e a que resulta da fusão de ambas.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Ana Magda Stradioto-Casolato, Universidade de São Paulo. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas

    Ana Magda STRADIOTO-CASOLATO – Mestranda no Programa de Pós-graduação LETRA, na área de Tradução e Poética, sob a orientação do Prof. Dr. Álvaro Silveira Faleiros, Departamento de Letras Modernas da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo e Bacharela em Letras, Habilitação Francês pela mesma instituição.

    lattes.cnpq.br/2254957935421727

    orcid.org/0000-0003-2491-7078

    ana.stradioto@usp.br

Referências

BASSNETT, S. and TRIVEDI, H. Introduction. In: Bassnett, S. and Trivedi, H. (Org.). Post-colonial translation: theory & practice. London, New York: Routledge, 1999: 2-18.

BRAULT, E. Dans le pas de nulle part, parcours de l’œuvre de Jacques Brault. Montréal : Leméac, 2019.

BRAULT, J. Au cœur de la critique. In: Chemin faisant, essais. Montréal : Boréal, 1994 : 59-71.

BRAULT, J. Notes sur un faux dilemme. In: Chemin faisant, essais. Montréal : Boréal, 1994 : 73-87.

BRAULT, J. Le double de la signature. In: La poussière du chemin, essais. Montréal : Boréal, 1989 : 77-81.

BRAULT, J. L’instant d’après. In: Trois fois passera, précédé de Jour et nuit.

Montréal : Noroît, 1981: 55-69.

BRAULT, J. Le secret d’amour dans la lyrique courtoise. In: Roy, B. (Dir.). L’érotisme au Moyen âge. Montréal : Aurore, 1977: 22-33.

BRAULT, J. Mûrir et Mourir. In: La poussière du chemin, essais. Montréal : Boréal, 1989: 45-55.

BRAULT, J. Poèmes des quatre côtés. Montréal: Noroît, 1975.

BRAULT, J. Sur la traduction de la poésie. In: La poussière du chemin, essais. Montréal : Boréal, 1989: 201-215.

BRAULT, J. Une poétique en miettes. In: Trois fois passera, précédé de Jour et nuit. Montréal: Noroît, 1981: 70-87.

CAMPOS, H. de. Da tradução como criação e como crítica. In: TÁPIA, M. e NÓBREGA, T. M. (Org.). Haroldo de Campos – Transcriação. São Paulo: Perspectiva, 2015: 1-18.

CAMPOS, H. de. Tradução, ideologia e história. In: TÁPIA, M. e NÓBREGA, T. M. (Org.). Haroldo de Campos – Transcriação. São Paulo: Perspectiva, 2015: 37-45.

CASSIN, B. Apresentação da 1ª Edição Francesa do Vocabulaire Européen des Philosophies. Tradução Fernando Santoro. In: CASSIN, B. (Coordenação), SANTORO, F. e BUARQUE, L. (Org). Dicionário dos Intraduzíveis: Um vocabulário das filosofias. Volume Um – Línguas. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2018.

GENETTE, G. Palimpsestes, la littérature au secong degré. Paris: Seuil, 1982.

LAI, K. L. Introdução à filosofia chinesa. Tradução Saulo Alencastre. São Paulo: Madras, 2009.

MARTINEZ, R. de D. Origine, recommencement et émergence de la littérature québécoise. Théléme, Revista Complutense de Estudios Franceses, vol. 30, n. 1, p. 37-53, 2015. Disponível em <https://revistas.ucm.es>. Acesso em 8 dez. 2020.

RUMEAU, D. Jacques Brault, l’intempestif. Littératures, 70, 2014, p. 151-161. Disponível em < https://journals.openedition.org/litteraturs/297>. Acesso em 19 nov. 2020.

SANTORO, F. e BUARQUE, L. Prefácio da Edição Brasileira. In: CASSIN, B. (Coordenação), SANTORO, F. e BUARQUE, L. (Org). Dicionário dos Intraduzíveis: Um vocabulário das filosofias. Volume Um – Línguas. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2018.

SIMON, S. Translating and interlingual creation in the contact zone: borderwriting in Quebec. In: BASSNETT, S. and TRIVEDI, H. (Org.). Post-colonial translation: theory & practice. London, New York: Routledge, 1999 : 58-74.

SUCHET, M. Jacques Brault et la nontraduction, un Unland original. TRANS-, Revue de littérature générale et comparée, nº 22, p. 1-13, nov. 2017. Disponível em https://journals.openedition.org/trans/1731>. Acesso em 19 nov. 2020.

TÁPIA, M. Transcriação como plagiotropia. In: CERCEL, L.; AGNETTA, M.; LOZANO, M. T. (Hrsg.). Kreativität und Hermeneutik in der Translation. Tübingen: Narr Francke Attempto, 2017: 149-160.

VIERIA, E. R. P. Liberating canibals, readings of Antropofagia and Haroldo de Campos’ poetics of transcreation. In: BASSNETT, S. and TRIVEDI, H. (Org.). Post-colonial translation: theory & practice. London, New York: Routledge, 1999: 95-113.

Downloads

Publicado

2022-02-08

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

Nãotradução: uma poiética tradutória perturbadora. (2022). Tradterm, 41, 5-29. https://doi.org/10.11606/issn.2317-9511.v41p5-29