Sociologias da literatura: do reflexo à reflexividade

Autori

  • Maurício Hoelz Universidade Federal do Rio de Janeiro
  • André Pereira Botelho Universidade Federal do Rio de Janeiro

DOI:

https://doi.org/10.11606/0103-2070.ts.2016.106017

Parole chiave:

Sociologia da literatura, Literatura e sociedade, Teoria do reflexo, Reflexividade

Abstract

A “sociologia da literatura” vem conhecendo maior pluralização de perspectivas que tem tornado a compreensão da literatura mais matizada em relação à ideia de “reflexo” que marcou sua tradição de pesquisa, como indicam os balanços bibliográficos publicados nas últimas três décadas em periódicos de língua inglesa que analisamos neste artigo. Contudo, literatura e sociedade seguem sendo concebidos, em geral, como externos um ao outro, e não como reflexivamente relacionados. Mobilizando as perspectivas teóricas de Anthony Giddens e Niklas Luhmann para qualificar a ideia de reflexividade, argumentamos que elas podem constituir pontos de partida diferentes, mas igualmente consistentes para uma agenda renovada da sociologia da literatura.

Downloads

La data di download non è ancora disponibile.

Biografie autore

  • Maurício Hoelz, Universidade Federal do Rio de Janeiro

    É pós-doutorando pela Faperj no Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (ufrj).

  • André Pereira Botelho, Universidade Federal do Rio de Janeiro

    É professor do Departamento de Sociologia e do Programa de Pós-graduação em Sociologia e Antropologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (ufrj).

Riferimenti bibliografici

Albrecht, Milton. (1954), “The relationship of literature and society”. American Journal of Sociology, 5 (59): 425-436.

Altamirano, Carlos & Sarlo, Beatriz. (2001), Literatura/sociedad. Buenos Aires, Edicial.

Andersen, Hans Christian. (1845), “The Snow Queen”. Disponível em http://hca.gilead.org.il/snow_que.html, consultado em 5/6/2016.

Arruda, Maria Arminda do Nascimento. (2004), “Pensamento brasileiro e sociologia da cultura: questões de interpretação”. Tempo Social, 1 (16): 107-119.

Barrère, Anne & Martuccelli, Danilo. (2009), Le roman comme laboratoire: de la connaissance littéraire à l’imagination sociologique. Villeneuve-d’Ascq, Presses Universitaires du Septentrion.

Becker, Howard. (1974), “Art as collective action”. American Sociological Review, 6 (39):767-776.

Botelho, André. (2006), “Pensamento brasileiro e reflexividade social (questões de pesquisa)”. In: Porto, M. S. & Dwyer, T. (orgs.). Sociologia em transformação: pesquisa social no século xxi. Porto Alegre, Tomo Editorial, pp. 77-86.

______. (2010), “Passado e futuro das interpretações do país”. Tempo Social, 1 (22): 47-66.

Bourdieu, Pierre. (1996), As regras da arte. São Paulo, Companhia das Letras.

Chartier, Roger. (1994), A ordem dos livros: leitores, autores e bibliotecas na Europa entre os séculos xiv e xviii. Brasília, Editora da UnB.

______. (2003), Leituras e leitores na França do Antigo Regime. São Paulo, Editora da Unesp.

Chartier, Roger & Cavallo, Guglielmo (orgs.). (1998), História da leitura no mundo ocidental. São Paulo, Ática, vol. 1.

Connell, Raewyn. (2007), Southern theory: the global dynamics of knowledge in social sciences. Cambridge, Polity.

Darnton, Robert. (1982), “What is the history of books?”. Daedalus, 3 (111): 65-83.

Eastwood, Jonathan. (2007), “Bourdieu, Flaubert, and the sociology of literature”. Sociological Theory, 2 (25): 149-169.

English, James F. (2010), “Everywhere and nowhere: the sociology of literature after ‘the sociology of literature’”. New Literary History, 2 (41): v-xxiii.

Ferguson, Priscilla et al. (1988), “Editors’ introduction: mirrors, frames, and demons: reflections on the sociology of literature”. Critical Inquiry, 3 (14): 421-430.

Forster, Peter & Kenneford, Celia. (1973), “Sociological theory and the sociology of literature”. The British Journal of Sociology, 3 (24): 355-364.

Frow, John. (2010), “On midlevel concepts”. New Literary History, 2 (41): 237-252.

Giddens, Anthony. (2001), O Estado-nação e a violência: segundo volume de uma crítica contemporânea ao materialismo histórico. São Paulo, Edusp.

______. (2002), Modernidade e identidade. Rio de Janeiro, Jorge Zahar.

______. (2003), A constituição da sociedade. São Paulo, Martins Fontes.

Greenfeld, Liah. (1987), “Russian formalist sociology of literature: a sociologist’s perspective”. Slavic Review, 1 (46): 38-54.

Griswold, Wendy. (1981), “American character and the American novel: an expansion of reflection theory in the sociology of literature”. American Journal of Sociology, 4 (86): 740-765.

______. (1993), “Recent moves in the sociology of literature”. Annual Review of Sociology, 19: 455-467.

Hall, Stuart. (1992), “Cultural Studies and its theoretical legacies”. In: Grossberg, Lawrence et al. (orgs.). Cultural Studies. Nova York, Routledge, pp. 277-294.

Iser, Wolfgang. (1996), O ato da leitura: uma teoria do efeito estético. São Paulo, Editora 34.

Jauss, Hans Robert. (1994), A história da literatura como provocação à teoria literária. São Paulo, Ática.

Lepenies, Wolf. (1996), As três culturas. São Paulo, Edusp.

Luhmann, Niklas. (1991), O amor como paixão: para a codificação da intimidade. Lisboa/Rio de Janeiro, Difel/Bertrand Brasil.

______. (1995), Social systems. Stanford, Stanford University Press.

McHoul, Alec. (1988), “Sociology and literature: the voice of fact and the writing of fiction”. Australian and New Zealand Journal of Sociology, 2 (24): 208-225.

McKenzie, Donald F. (1986), Bibliography and the sociology of texts. Londres, British Library.

Monteiro, Pedro Meira. (2011), “A impertinência da pertinência: reflexões em torno do pensamento sobre o Brasil nos Estados Unidos”. Lua Nova, 82: 87-107.

Moretti, Franco. (2003), Atlas do romance europeu: 1800-1900. São Paulo, Boitempo.

______ (org.). (2009), A cultura do romance. São Paulo, Cosac Naify, vol. 1.

Peterson, Richard A. (1979), “Revitalizing the culture concept.” Annual Review of Sociology, 5: 137-166.

Turner, Graeme. (2012), What’s become of cultural studies? Londres, Sage.

Verdaasdonk, Hugo. (1985), “Empirical sociology of literature as a non-textually oriented form of research”. Poetics, 1-2 (14): 173-185.

Waizbort, Leopoldo. (2007), A passagem do três ao um. São Paulo, Cosac Naify.

______. (2009), “Roberto Schwarz: entre forma literária e processo social”. In: Botelho, André & Schwarcz, Lilia (orgs.). Um enigma chamado Brasil. São Paulo, Companhia das Letras, pp. 406-417.

Williams, Raymond. (1979), Marxismo e literatura. Rio de Janeiro, Jorge Zahar.

Pubblicato

2016-12-07

Fascicolo

Sezione

Artigos

Come citare

Hoelz, M., & Botelho, A. P. (2016). Sociologias da literatura: do reflexo à reflexividade. Tempo Social, 28(3), 263-287. https://doi.org/10.11606/0103-2070.ts.2016.106017