Os juristas e o direito em Bourdieu: a conflituosa construção histórica da racionalidade jurídica

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/0103-2070.ts.2016.107933

Palavras-chave:

Bourdieu, sociologia do direito, codificação, campo jurídico, habitus

Resumo

O objetivo deste artigo é analisar com Bourdieu  o jurista enquanto agente de transformação social e o direito enquanto motor desta transformação. Tal análise pressupõe uma reconstrução de Bourdieu que possa superar a crítica de que ele teria uma teoria da "determinação" social que não ajudaria a pensar nas possibilidades de "transformação" social, sobretudo pelo direito. Questiona-se primeiro com Bourdieu sobre como o direito pode contribuir para a emancipação social (1); em seguida, sobre como o jurista pode se tornar um agente de emancipação social (2) e, finalmente, sobre que tipos de trabalho em sociologia do direito se inspiram em Bourdieu (3). Pode-se então pensar sobre a forma específica de luta política pela qual juristas, pelo direito, participam do que Bourdieu chama de construção histórica da razão.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Soraya Nour Sckell, Universidade de São Paulo

    Doutora em direito pela Universidade de São Paulo, doutora em filosofia pelas Universidades de Nanterre e de Frankfurt am Main. Investigadora FCT junto ao Centro de Filosofia da Universidade de Lisboa. 

Referências

Biddulph, Sarah. (2007), Legal reform and administrative detention powers in China. Cambridge, Cambridge University Press.

Bourdieu, Pierre. (1972), Esquisse d’une théorie de la pratique, précédé de “Trois études d’ethnologie kabyle”. Genève, Droz.

______. (1984), Questions de sociologie. Paris, Minuit.

______. (1986), “La force du droit: éléments pour une sociologie du champ juridique”. Actes de la Recherche en Sciences Sociales, 1 (64): 3-19.

______. (1987), Choses dites, Paris, Minuit.

______. (1991), “Les juristes, gardiens de l’hypocrisie collective”. In: Chazel, François & Commaille, Jacques (orgs.). Normes juridiques et régulation sociale. Paris, lgdg, pp. 95-99.

______. (1994), Raisons pratiques: sur la théorie de l’action. Paris, Seuil.

______. (1997), Méditations pascaliennes, Paris, Seuil.

______. (2012), Sur l’État: Cours au Collège de France (1989-1992). Paris, Raison d’Agir/Seuil.

Chauviré, Christiane & Fontaine, Olivier. (2003), Le vocabulaire de Bourdieu. Paris, Ellipses.

Commaille, Jacques (org.). (2004). Collection Droit et Société, n. 56-57, pp. 11-71.

Conradin, Philip. (2008), “Das kodifzierte Recht in der Rechtssoziologie Pierre Bourdieus”.

In: Hotz, Sandra & Mathis, Klaus (orgs.). Recht, Moral und Faktizität. Festschrif für Walter Ott. Zurique, Dike, pp. 437-467.

Dezalay, Yves & Garth, Bryant. (1996), Dealing in virtue: international commercial arbitration and the construction of a transnational legal order. Chicago, University of Chicago Press.

Engelmann, Fabiano. (2007), “Tradition and diversifcation in the uses and defnition of law: a proposed analysis”. Brazilian Political Science Review, 1: 53-70.

García Villegas, Mauricio. (2004), “On Pierre Bourdieu’s legal thought”. Droit et Société, n. 56-57, pp. 54-71.

Garth, Bryant & Sterling, Joyce. (1998), “From legal realism to law and society: reshaping law for the last stages of the social activist state”. Law & Society Review, 2 (32): 409-472.

Hacker, Daphna. (2004), “A legal feld in action: beyond the debate on who acts under which shadow”. Trabalho apresentado no encontro anual da Te Law and Society Association, Chicago, Illinois, 27 maio.

Lazzeri, Christian. (2012), “Conficts of recognition and critical sociology”. In: Bankovski, Miriam & Le Goff, Alice (orgs.). Recognition theory and contemporary French moral and political Philosophy. Manchester, Manchester University Press, pp. 142-159. [Versão francesa: “Confits de reconnaissance et socioloige critique”. In: Bankovski, Miriam & Le Goff, Alice (orgs.).

Penser la reconnaissance: entre théorie critique et philosophie fançaise contemporaine. Paris, cnrs, pp. 53-71.]

Miguel, Luis Felipe. (2015), “Bourdieu e o ‘pessimismo da razão’”. Tempo Social, 1 (27): 197-216.

Nassehi, Armin & Nollmann, Gerd (orgs.). (2004), Bourdieu und Luhmann: ein Teorienvergleich. Frankfurt, Suhrkamp.

Nour, Soraya. (2009), “Bourdieus juridisches Feld: die juridische Dimension der sozialen Emanzipation”. In: Buckel, Sonja et al. (orgs.). Neue Teorien des Rechts, 2. Stuttgart, utb, pp. 179-199.

Ocqueteau, Frédéric & Soubiran-Paillet, Francine. (1996), “Champ juridique, juristes et règles de droit: une sociologie entre disqualifcation et paradoxe”. Droit et Société, 1 (32): 9-26.

Renault, Emmanuel. (2004), L’expérience de l’injustice: reconnaissance et clinique de l’injustice. Paris, La Découverte.

Van Krieken, Robert. (2006), “Law’s autonomy in action: anthropology and history in court”. Social & Legal Studies, 15 (4): 574-590.

Downloads

Publicado

2016-03-18

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

Sckell, S. N. (2016). Os juristas e o direito em Bourdieu: a conflituosa construção histórica da racionalidade jurídica. Tempo Social, 28(1), 157-178. https://doi.org/10.11606/0103-2070.ts.2016.107933