Quem tem medo da bancada evangélica? Posições sobre moralidade e política no eleitorado brasileiro, no Congresso Nacional e na Frente Parlamentar Evangélica

Autores

  • Reginaldo Prandi Universidade de São Paulo. Departamento de Sociologia
  • Renan William dos Santos Universidade de São Paulo. Departamento de Sociologia

DOI:

https://doi.org/10.11606/0103-2070.ts.2017.110052

Palavras-chave:

Bancada evangélica, Congresso Nacional, Religião e política, Religião e moralidade, Religião e economia

Resumo

Este artigo estuda a influência da filiação religiosa na opinião de eleitores e de seus representantes no Congresso Nacional, compara a opinião dos eleitores classificados segundo a religião declarada e analisa a opinião do conjunto dos congressistas e daqueles pertencentes à chamada bancada evangélica, formada por congressistas evangélicos não pentecostais e pentecostais. Também mostra que a religião influencia pouco a opinião de eleitores e congressistas nos temas de natureza econômica e estrutural e marca mais a opinião em temas do comportamento e moralidade, além de constatar que a bancada evangélica se move ora na direção de seus eleitores, ora na do conjunto dos congressistas, distinguindo-se como grupo sobretudo por sua preocupação com a moral sexual.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Reginaldo Prandi, Universidade de São Paulo. Departamento de Sociologia

Professor sênior do Departamento de Sociologia da Universidade de São Paulo (USP) e pesquisador 1A do CNPq. 

Renan William dos Santos, Universidade de São Paulo. Departamento de Sociologia

Mestre pelo Programa de Pós-graduação em Sociologia da Universidade de São Paulo (USP), com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). 

Referências

Bruce, Steve. (2016), “Secularização e a impotência da religião individualizada”. Religião e Sociedade, 1 (36): 178-190.

Campos, Leonildo Silveira. (2006), “De políticas de Cristo: uma análise do comportamento político de protestantes históricos e pentecostais no Brasil”. In: Burity, Joanildo & Machado, Maria das Dores Campos (orgs.). Os votos de Deus: evangélicos, política e eleições no Brasil. Recife, Massangana, pp. 29-90.

Diap – Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar. (2014), Radiografia do novo Congresso: legislatura 2015–2019. Brasília, Diap.

Durkheim, Émile. (2008), Da divisão do trabalho social. São Paulo, Martins Fontes.

Ferry, Luc & Gauchet, Marcel. (2008), Depois da religião. Rio de Janeiro, Difel.

Folha de S. Paulo. (2015), “Parlamentares são mais liberais do que o eleitorado”. Folha de S. Paulo, 13/10, p. A7.

Gauchet, Marcel. (1985), Le désenchantement du monde. Paris, Gallimard.

Hervieu-Léger, Danièle. (2006), “In search of certainties: the paradoxes of religiosity in societies of high modernity”. The Hedgehog Review: After Secularization, 1-2 (8): 59-68.

______. (2015), O peregrino e o convertido. Petrópolis, Vozes.

Huxley, Thomas Henry. (2009), Escritos sobre ciência e religião. São Paulo, Editora da Unesp. ibge. (2012), Censo demográfico 2010: características gerais da população, religião e pessoas com deficiência. Disponível em ftp://ftp.ibge.gov.br/Censos/Censo_Demografico_2010/Caracteristicas_Gerais_Religiao_Deficiencia/caracteristicas_religiao_deficiencia.pdf, consultado em 20/12/2015.

Machado, Maria das Dores Campos & Burity, Joanildo. (2014), “A ascensão política dos pentecostais no Brasil na avaliação de líderes religiosos”. Dados, 3 (57): 601-631.

Mariano, Ricardo. (1999), Neopentecostais: sociologia do novo pentecostalismo no Brasil. São Paulo, Loyola.

Mariz, Cecília Loreto. (2000), “Secularização e dessecularização: comentários a um texto de Peter Berger”. Religião e Sociedade, 1 (21): 25-39.

Oro, Ari Pedro. (2006), “A Igreja Universal e a política”. In: Burity, Joanildo & Machado, Maria das Dores Campos (orgs.). Os votos de Deus: evangélicos, política e eleições no Brasil. Recife, Massangana, pp. 119-148.

Pew Research Center. (2013), “Global views on morality: compare values across 40 countries”. Disponível em http://www.pewglobal.org/2014/04/15/global-morality/country/brazil/, consultado em 30/11/2015.

Pierucci, Antônio Flávio. (1996a), “Representantes de Deus em Brasília: a bancada evangélica na Constituinte”. In: Pierucci, Antônio Flávio & Prandi, Reginaldo (orgs.). A realidade social das religiões no Brasil: religião, sociedade e política. São Paulo, Hucitec, pp. 163–191.

______. (1996b), “O povo visto do altar: democracia ou demofilia?”. In: Pierucci, Antônio Flávio & Prandi, Reginaldo (orgs.). A realidade social das religiões no Brasil: religião, sociedade e política. São Paulo, Hucitec, pp. 35-58.

______. (1997), “Reencantamento e dessecularização: a propósito do autoengano em sociologia da religião”. Novos Estudos Cebrap, 49: 99-117.

______ & Mariano, Ricardo. (1996), “O envolvimento pentecostal na eleição de Collor”. In: ______ & Prandi, Reginaldo (orgs.). A realidade social das religiões no Brasil: religião, sociedade e política. São Paulo, Hucitec, pp. 193-210.

______ & Prandi, Reginaldo. (1996), “Religiões e voto: a eleição presidencial de 1994”. In: ______ (orgs.). A realidade social das religiões no Brasil: religião, sociedade e política. São Paulo, Hucitec, pp. 211-238.

Prandi, Reginaldo. (1996), “Religião paga, conversão e serviço”. In: Pierucci, Antônio Flávio & Prandi, Reginaldo (orgs.). A realidade social das religiões no Brasil: religião, sociedade e política. São Paulo, Hucitec, pp. 257-273.

______. (2008). “Converter indivíduos, mudar culturas”. Tempo Social, 2 (20): 155-172.

______ & Paulino, Mauro. (2015), “A política evangélica: em que temas ela é mais conservadora”. Folha de S. Paulo, 15/11, Ilustríssima, p. 3.

______ & Santos, Renan William. (2015), “Mudança religiosa na sociedade secularizada: o Brasil 50 anos após o Concílio Vaticano ii”. Contemporânea, 2 (5): 351-379.

______ & Souza, André Ricardo de. (1996), “A carismática despolitização da Igreja católica”. In: Pierucci, Antônio Flávio e Prandi, Reginaldo (orgs.). A realidade social das religiões no Brasil. São Paulo, Hucitec, pp. 59-91.

Santos, Renan William dos. (2016), “Steve Bruce, um sociólogo em defesa da teoria da secularização”. Religião e Sociedade, 1 (36): 175-177.

Santos, Wanderley Guilherme dos. (1979), Cidadania e justiça: a política social na ordem brasileira. Rio de Janeiro, Campos.

Souza, André Ricardo de. (2011), “O empreendedorismo neopentecostal no Brasil”. Ciências Sociais e Religião, 15 (13): 13-34.

Stark, Rodney. (1999), “Secularization R. I. P.”. Sociology of Religion, 3 (60): 249-273.

Steil, Carlos Alberto. (2001), “Eleições, voto e instituição religiosa”. Debates do ner, 3 (2): 73-83.

Venturi, Gustavo. (2008), “Intolerância à diversidade sexual”. Teoria e Debate, 78: 20-23.

Weber, Max. (1980), “Rejeições religiosas do mundo e suas direções”. In: Tragtenberg, Maurício (org.). Textos selecionados: Max Weber. São Paulo, Abril Cultural, pp. 237-268.

Wilson, Bryan. (1976), Contemporary transformations of religion. Oxford, Clarendon.

Downloads

Publicado

2017-08-08

Como Citar

Prandi, R., & Santos, R. W. dos. (2017). Quem tem medo da bancada evangélica? Posições sobre moralidade e política no eleitorado brasileiro, no Congresso Nacional e na Frente Parlamentar Evangélica. Tempo Social, 29(2), 187-213. https://doi.org/10.11606/0103-2070.ts.2017.110052

Edição

Seção

Artigos