Trabalho e consciência: mudanças na sociedade do trabalho e a reconstrução da teoria de classe

Autores

  • Werner Markert Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Departamento de Educação

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0103-20702002000200002

Palavras-chave:

classe social, consciência de classe, ação política, produção sistêmica

Resumo

Este artigo busca discutir as possibilidades e limitações de se utilizar para a análise das sociedades industriais modernas o conceito de classe advindo das determinações econômicas do marxismo. Com a aumento da complexidade destas sociedades e de suas formas de produzir, com a predominância de novos setores como o de serviços no processo de reprodução do capital, como dar conta e criar um conceito que integre todos os excluídos e incluídos no sistema capitalista de trabalho e que dê conta das novas possibilidades de constituição de uma consciência política comum. Tendo por referência a discussão alemã contemporânea sobre a questão, busca-se entender que as tendências da reorganização sistêmica da produção em empresas modernas, provocam, na sua forma inovadora, uma mudança no status do trabalhador na fábrica e na sua consciência tradicional.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Referências

ANTUNES, Ricardo. (1999) Os sentidos do trabalho. Boitempo, São Paulo.

BAETHGE, Martin. (1994) Trabalho, socialização, identidade: a crescente subjetivação normativa do trabalho. In: MARKERT, Werner (org.). Teorias de Educação do Iluminismo: conceitos de trabalho e do sujeito. Rio de Janeiro, Tempo Brasileiro.

BAETHGE, Martin. (2000) Der unendlich langsame Abschied vom Industrialismus und die Zukunft de Dienstleistungsbeschäftigung. WSIMitteilungen. Monatszeitschrift des Wirtschafts- und Sozialwissenschaftlichen Instituts in der Hans-Böckler-Stiftung, Düsseldorf, 3.

BAHRDT, Hans Paul. (1962) Die Industriearbeiter. In: FEUERSENGER, M (org.). Gibt es noch ein Proletariat? Frankfurt, Main.

BECK, Ulrich. (2000) Freiheit oder Kapitalimus. Gesellschaft neu denken. Frankfurt, U. Beck im Gespräch mit J. Willms.

BOURDIEU, Pierre. (1993) Sozialer Sinn. Frankfurt, Main.

DÖHL, Volker. et alii. (2000) Krise der NormalArbeitsPolitik.Entgrenzung von Arbeit: neue Anforderungen an Arbeitspolitik. WSIMitteilungen, Düsseldorf, 1.

FRIEDMAN, Georges. (1964) Le travail em miettes. Paris, Gallimard.

ENGELS, Friedrich. (1971) Herrn Eugen Dührings Umwälzung der Wissenschaft. Berlin, Marx-Engels-Werke, Bd. 20 (DDR).

GENRO, Tarso Fernando. (2002) Ambigüidades da democracia. Folha de São Paulo, Mais, 20/01.

GIDDENS, Anthony. (1999) Der dritte Weg. Frankfurt, Main.

GERST, Dieter et. alii. (1995). Gruppenarbeit in den 90ern: zwischen strukturkonservativer und strukturinovativer Variante. Göttingen, SOFI.

GOLDTHORPE, John H. & LOCKWOOD, Paul. (1968) The affluent worker. Cambridge, Cambridge University Press.

HABERMAS, Jürgen. (1987) Técnica e Ciência como “Ideologia”. Lisboa, Edições 70.

HABERMAS, Jürgen. (2001) A constelação pós-nacional. 1a edição 1998. São Paulo, Littera Mundi.

HELFERT, Mario & TRAUTWEIN-KALMS, Gudrun. (2000) Arbeitspolitik unter den Bedingungen der Flexibiliersung und “Globalisierung”. WSI-Mitteilungen, Düsseldorf, 1.

HERKOMMER, Sebastian. (2001) Die Gesellschaft, in der wir leben. Thesen zur Aktualität der Klassenanalyse. Arbeitspolitik, Klassentheorie, Geschlechterverhältnisse. Supplement zur Zeitschrift Sozialismus, Hamburg, 2.

HORKHEIMER, Max. (2000) Teoria Tradicional e Teoria Crítica. In: Coleção Os Pensadores. Abril, Rio de Janeiro.

KERN, Horst & SCHUMANN, Michael. (1984) Das Ende der Arbeitsteilung – Rationalisierung in der industriellen Produktion. München, C.H. Beck.

MANDEL, Ernest. (1993) Der Spätkapitalismus. Frankfurt, Main.

MARCUSE, Herbert. (1966) Eros e Civilização. Rio de Janeiro, Zahar.

MARKERT, Werner. (1982) Abschied vom Klassenbewusstsein? – Anmerkungen zur Literatur über die Kontroverse in der Arbeiterbildung. In: GÖRS, D. (org.). Gewerkschaftliche Bildungsarbeit. München, Urban & Schwarzenbeck.

MARKERT, Werner. (1997) Lean Production – uma revolução da forma de produção capitalista? discussão alemã e internacional, sua implantação no Brasil e consequências para a formação profissional. In: (org.). Formação Profissional no Brasil: reflexões teóricas e análises da sua práxis. Rio de Janeiro, Paratodos.

MARKERT, Werner. (1998) Trabalho em grupo nas empresas alemãs: um novo modelo de produção e uma proposta de formação profissional. Educação e Sociedade, Campinas, CEDES/Unicamp, 64.

MARKERT, Werner. (2000) Novas competências no mundo do trabalho e suas contribuições para formação do trabalhador. In: Trabalho e Crítica. Belo Horizonte, GT Trabalho e Educação da ANPEd, Núcleo de Estudos Sobre Trabalho e Educação, UFMG e São Leopoldo, Ed. Unisinos, 2.

MARKERT, Werner. (2001) Trabalho, universalidade, comunicação e sensibilidade: aspectos teórico-metodológicos para um conceito dialético de Competência. Trabalho para o GT 9 na 24ª Reunião da ANPED.

MARKERT, Werner. (org.). (1998) Berufsbildung und Erwaschsenenbildung zwischen Markt und Subjektbildung. Hohengehren, Schneider Verlag.

MARX, Karl. (1953) Grundrisse der Kritik der politischen Ökonomie. 1a edição 1857-1858. Versão Moscou 1939. Berlin, Dietz.

MARX, Karl & ENGELS, Friedrich. (1991) A ideologia alemã. São Paulo, Hucitec.

MÉSZÁROS, Istvan. (1981) Marx: a teoria de alienação. (edição original 1970, Merlin Press, London). Rio de Janeiro, Zahar.

NEGT, Oskar. (1971) Soziologische Phantasie und exemplarisches Lernen. Zur Theorie und Praxis der Arbeiterbildung. 1a edição 1967. Frankfurt, Europäische Verlag-Anstalt.

POPITZ, Heinrich, Bahrdt, H. P. et alii. (1957) Das Gesellschaftsbild des Arbeiters (A imagem social do trabalhador). Tübingen, J.C.B. Mohr Verlag.

ROSDOLSKY, Roman. (2001) Gênese e estrutura de O CAPITAL de Karl Marx. (Original 1968, Frankfurt, Main). Rio de Janeiro, EDUERJ/ Contraponto.

SCHUMANN, Michael. (2001) Ausgrenzung statt Solidarität? Supplement der Zeitschrift Sozialismus, Hamburg, 2.

THOMSSEN. W. (1990) Arbeit, Bewusstsein, Subjektivität. In: Sozialphilosophie der Arbeit. Münster, Zeitschrift Leviathan.

TOURAINE, Alain. (1965) La conscience ouvrière. Paris, Éditions du Seuil.

VESTER, Michael. (1996) Das historische Paradigma und die Landkarte der Klassenmilieus. Zeitschrift für marxistische Erneuerung, 27.

WOMACK, James P. et alli. (1992) A máquina que mudou o mundo. Rio de Janeiro, Campus.

ZARIFIAN, Philippe. (2001) Objetivo Competência. São Paulo, Atlas.

Downloads

Publicado

2002-10-01

Edição

Seção

Dossiê Trabalho: Novas Perspectivas

Como Citar

Trabalho e consciência: mudanças na sociedade do trabalho e a reconstrução da teoria de classe . (2002). Tempo Social, 14(2), 19-36. https://doi.org/10.1590/S0103-20702002000200002