Terrorismo e os atentados de 11 de setembro

Autores

  • Saly da Silva Wellausen Universidade Mackenzie. Departamento de Filosofia

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0103-20702002000200005

Palavras-chave:

violência, terrorismo, poder, biopoder, cinismo, racismo, 11 de setembro de 2001

Resumo

O fenômeno da fragmentação mundial produziu uma nova ordem nas relações de poder, estabelecendo uma nova tensão entre os de "cima" contra os de "baixo", verticalizando o antigo eixo geopolítico leste/oeste da Guerra Fria. Os elementos formadores das identidades oprimidas aspiram à afirmação de um modo de ser, constituindo o caráter ontológico da personalidade coletiva. Percorrer as razões teóricas que alimentam o pensamento e a ação terrorista, suas estratégias e táticas discursivas, é o objetivo desse trabalho. Uma ontologia da violência brota do interior dos conceitos foucaultianos - microfísica, biopoder, sujeito, liberdade, jogos de verdade, cinismo -, destruindo tudo com seu poder avassalador. Na nova ordem mundial, o terrorismo enquanto ação pontual é o contraponto ao poder dominante, como presença ameaçadora e difusa, agindo pela surpresa, disseminando medo e destruição por onde passa.

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Publicado

2002-10-01

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

Wellausen, S. da S. (2002). Terrorismo e os atentados de 11 de setembro . Tempo Social, 14(2), 83-112. https://doi.org/10.1590/S0103-20702002000200005