Repensando as interpretações e memórias de 1968

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/0103-2070.ts.2021.168872

Palavras-chave:

1968, Movimento Estudantil, Resistência, Políticas de Memória, Identidades Políticas

Resumo

O artigo analisa como as interpretações e as memórias dos acontecimentos de 1968 se transformam ao longo de suas comemorações decimais. Respalda-se na análise qualitativa da História do Tempo Presente, abordando as Políticas de Memória em torno dos sentidos que aqueles eventos foram ganhando ao longo de seus cinquenta anos, tanto por parte de seus intérpretes quanto pelos protagonistas. Argumenta-se que a ampla gama de estudos valorizou seus sujeitos e conflitos, abrindo um enorme leque de interpretações, as quais guiam 1968 pelo tempo presente, renovando as suas memórias. Conclui-se discutindo algumas linhas memorialísticas em torno dos atores coletivos e de novos relatos de protagonistas, que permitem reinterpretações de 1968, em seus cinquenta anos, elucidando o seu diálogo com as atuais identidades políticas.

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Biografia do Autor

  • Pablo Emanuel Romero Almada, Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho. Faculdade de Ciências e Letras de Araraquara

    Pesquisador de pós-doutorado pelo Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais da Faculdade de Ciências e Letras de Araraquara da Universidade Estadual Paulista (FCLAR-Unesp). Doutor em Democracia no Século XXI (2015) pela Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra (Feuc). 

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Publicado

2021-04-28

Edição

Seção

Artigos

Dados de financiamento

Como Citar

Almada, P. E. R. (2021). Repensando as interpretações e memórias de 1968. Tempo Social, 33(1), 225-243. https://doi.org/10.11606/0103-2070.ts.2021.168872