Mulheres políticas: estratégias de legitimidade e recursos mobilizados por Cristina Kirchner

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/0103-2070.ts.2023.216541

Palavras-chave:

Mulheres políticas, Cristina Kirchner, Estratégias e recursos de políticas, Violência simbólica, Elites políticas

Resumo

O campo político latino-americano é historicamente permeado por repertórios e práticas masculinas e notabilizado pela baixa representação feminina. Justamente por isso, parte-se do pressuposto de que há múltiplas estratégias engendradas por mulheres visando a sua entrada e a seu reconhecimento nas disputas de poder político. Aqui se toma o caso da ex-presidenta Cristina Kirchner para evocar formas de legitimação de práticas destacadas como femininas, buscando enunciar prováveis processos de reconversão do gênero em recurso político. Do mesmo modo, sua trajetória permite entender as dinâmicas específicas do primeiro damismo e do matrimônio político como estratégias para angariar e assegurar a legitimidade do voto. Intenciona-se gerar estudos acerca de uma tipologia de políticas (mulheres) tendo como foco suas práticas no e para o campo político.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Jéssica Mayara de Melo Rivetti, Universidade de São Paulo (USP)

    Doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Sociologia da Universidade de São Paulo (Bolsista cnpq), com cotutela e período sanduíche Capes-Print no Departamento de Filosofia Social da Universidad de Granada (Espanha). Pesquisadora vinculada ao FiloLab – Philosophy Public Controversies, ao Grupo de Pesquisa em Sociologia da Educação, Cultura e Conhecimento (gpsecc) e à Cátedra de Filosofía Moral de la Discriminación Corporal da Universidad de Granada. Possui experiência nas áreas de representação política, violência política de gênero, elites políticas latino-americanas, discriminação corporal, primeiro-damismo e capital erótico.

  • Ana Paula Hey, Universidade de São Paulo (USP)

    professora e pesquisadora no Departamento de Sociologia e no Programa de Pós-graduação em Sociologia da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (USP). Orienta nas linhas de pesquisa Cultura e poder simbólico e Estado, política e ações coletivas. Coordenou o Programa de Pós-graduação em Sociologia/USP, no período de 2019 a 2022. Tem pós-doutorado em Sociologia pelo King’s College London (2015-16). Foi pesquisadora visitante no Centre de Recherche sur le Brésil Contemporain (2001-2004) e no Centre Européen de Sociologie et de Science Politique (2023) ambos da ehess. Foi professora visitante na EHESS, Paris, e na Middlesex University, Londres. É uma das coordenadoras do Grupo de Pesquisa em Sociologia da Educação, Cultura e Conhecimento (GPSECC) e do Núcleo de Sociologia da Cultura (USP). Atua na interface entre sociologia das elites, dos intelectuais e da educação, desenvolvendo pesquisas sobre elites, elites e Estado, campo do poder brasileiro e novos mercados simbólicos (educação superior, produção de conhecimento, institutos Think Tanks, fundações privadas, nova filantropia). Publicou, entre outros, Esboço de uma sociologia do campo acadêmico (2008), e co-organizou Vocabulário Bourdieu (2017). Pertence à Sociedade Brasileira de Sociologia e à Association Française de Sociologie.

Referências

ARNOUX, Elvira & ZACCARI, Verónica (org.). (2015), Discurso y Política en Sudamérica. Buenos Aires, Editorial Biblos.

AVELAR, Lucia & RANGEL, Patrícia D.. (2019), “Poder e Política - As Presidentas de Argentina, Brasil e Chile”. In: BLAY, Eva Alterman, AVELAR, Lúcia, RANGEL, Patrícia (Coord.). (2019), Gênero e Feminismos: Argentina, Brasil e Chile em transformação. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, FAPESP, p. 429-482.

AYMÁ, Ana. (2022), “Imagen, política y género. Los retratos de Cristina Fernández y Mauricio Macri en las tapas de Noticias”. Cuadernos del Centro de Estudios en Diseño y Comunicación, 1(112):187-208, julio.

BARRANCOS, Dora. (2013), “Participación política y luchas por el sufragio femenino en Argentina (1900-1947)”. Cuadernos de Intercambio sobre Centroamérica y El Caribe. 1(11): 15-27, marzo.

BARRY, Carolina. (2016), “Las otras primeras damas en la Argentina peronista: Elena Caporale de Mercante”. Confluenze. Rivista Di Studi Iberoamericani, 8(1): 198–214, julio. https://doi.org/10.6092/issn.2036-0967/6271

BELLOTA, Araceli. (2012), Eva y Cristina. La Razón de sus vidas. Buenos Aires, Grupo Zeta.

BONASSO, Miguel. (2012), Cámpora: el Presidente que no fue: los archivos ocultos del peronismo. Buenos Aires, Ed. Planeta.

BOURDIEU, Pierre. (avril-septembre 1962), “Célibat et condition paysanne”. Études Rurales,

/6: 32-135. Disponível em https://www.persee.fr/doc/rural_0014-2182_1962_num_5_1_1011.

BOURDIEU, Pierre. (2011a), Las estrategias de la reproducción social. Buenos Aires, Siglo Veintiuno, pp. 31-50.

BOURDIEU, Pierre. (2011a), “O campo político”. Revista Brasileira de Ciência Política, 1(5): 193-216, julio. https://doi.org/10.1590/S0103-33522011000100008.

CANÊDO, Letícia Bicalho. (ago. 1997), “As metáforas da família na transmissão do poder

político: questões de método”. Cadernos Cedes, 18 (42): 29-52. https://doi.org/10.1590/

S0101-32621997000100004.

CAVALLERO, Luci & GAGO, Verónica. (2022), La casa como laboratorio: Finanzas, vivienda y trabajo esencial. Buenos Aires: Tinta Limón.

CLARÍN. (01/10/2007), Clarín.com (01/10/2007). Disponível: https://www.clarin.com/ediciones-anteriores/clarincom_0_rk3b3D1k0Fx.html, consultado em 13/01/2023

CONTRERAS, Gustavo. (2010), La organización sindical del personal de la administración pública nacional durante el primer gobierno peronista (1946-1955). In: Segundo Congreso de Estudios sobre el Peronismo (1943-1976), Red de Estudios sobre el Peronismo (vol. 4: 31). Disponível: http://redesperonismo.org/archivos/CD2/Contreras.pdf, consultaodo em: 21/022023

DI MARCO, Laura. (2012), La Cámpora: Historia secreta de los herederos de Néstor y Cristina Kirchner. Buenos Aires, Sudamericana.

DONOT, Morgan. (2011), “Cristina Fernández de Kirchner, de “una reina” a la encarnación del pueblo de la Argentina”. Revue Ensemble, 3(6), 95-112, julio.

DULONG, Delphine. (jul./dez. 2020), “Por dentro e por fora: a subversão na prática”. Repocs,

(34): 53-72. https://doi.org/10.18764/2236-9473.v17n34p53-72.

DULONG, Delphine & LÉVÊQUE, Sandrine. (2002), “Une ressource contingente. Les conditions de reconversion du genre en ressource politique”. Politix. Revue des sciences sociales du politique, v. 15, n. 60, p. 81-111.

“El lío de los zapatos de Cristina Fernández de Kirchner”. In: El País (23/09/2011). Disponível: https://elpais.com/elpais/2011/09/23/actualidad/1316760532_850215.html, consultado em 27/04/2023.

ELA Equipo Latinoamericano de Justicia y Género. (2020), “Mujeres en la política:

” (2020), União Interparlamentar e onu Mulheres. https://www.unwomen.org/-/

media/headquarters/attachments/sections/library/publications/2020/women-in-politics-

-map-2020-es.pdf ?la=en&vs=828, consultado em 08/03/2023.

ELA, Equipo Latinoamericano de Justicia y Género. (2021), “Mujeres en el poder”.

http://www.mujeresenelpoder.org.ar, consultado em 02/03/2023.

FARIA, Alessandra M. T., RIVETTI, Jéssica M., BUTTERBY, Carolina de C. (2023), “Mulheres como o Outro na política brasileira: um balanço das candidatas vice-presidentas, vice-governadoras e vice-prefeitas (2014-2020)”. Simbiótica. Revista Eletrônica, 10(2), 294–321. https://doi.org/10.47456/simbitica.v10i2.38493

FLAX, Rocío. (2018), “Kirchnerismo y discurso fundacional: las editoriales de la agrupación juvenil La Cámpora”. Lexis, 1(42): 123-152, mayo.

GALLO, Adriana. (2008), “Reelección inmediata y sucesión en clave matrimonial. Análisis del recambio presidencial argentino de 2007”. Espacios públicos, 23(11): 168-199, deciembre.

GIORDANO, Verónica. (2023), “Las mujeres de las derechas en la política: presidentas, vicepresidentas, primeras damas y candidatas”. Revista electrónica de estudios latinoamericanos, 82(21): 16-22, julio.

GRANDIS, Rita & PATROUILLEAU, María M. (2010), “Matrimonio político y crítica antagonista en Argentina. Análisis de discursos en clave de género y teoría política”. Revista Temas y Debates, 1(19): 25-46, agosto.

GUERRERO, Carolina V. & ARANA, Ignacio A. (2021), “As primeiras-damas como membros da elite política”. Tradução: Jéssica Melo. Revista Pensata. 1(10): 243-265, agosto. https://doi.org/10.34024/pensata.2021.v10.12001.

HAKIM, Catherine (2012). Capital erótico. Rio de Janeiro, Best Business.

HEY, Ana Paula (2017), “Dominação”. In: Catani, Afrânio Mendes et al. Vocabulário Bourdieu.

Belo Horizonte, Autêntica, pp. 151-155.

HEY, Ana Paula. (6 jul. 2021), “Elites políticas latino-americanas”. Laboratório de pesquisa e política comparada (Lappcom) da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (ufrrj). 127 min. https://www.facebook.com/watch/live/? ref=watch_permalink&v=3090342971194038, consultado em 28/09/2020.

HOROWICZ, Alejandro. (2015), Los cuatro peronismos. Buenos Aires, Edhasa.

IBARA, Vilma. (2015), Cristina versus Cristina. Buenos Aires, Editora Planeta.

IVANCICH, Norberto et. al (1983). “El gobierno peronista 1973-1976: los Montoneros”. Revista Unidos, 1(2): 74-89, junio.

LEIS, Héctor R.. (2006), “A odisséia argentina”. Política & Sociedade, 9(5): 39-70, agosto. https://periodicos.ufsc.br/index.php/politica/article/view/1834/1596.

LYNESS, Karen & THOMPSON, Donna (1997), “Above the glass ceiling? A comparison of matched samples of female and male executives”. Journal of applied psychology, 3(82): 359-374, may.

MAIZELS, Ana Laura (2015), “La representación del tiempo en los discursos de Cristina Fernández (2007-2009)”. In: ARNOUX, Elvira & ZACCARI, Verónica (org.). Discurso y Política en Sudamérica. Buenos Aires, Editorial Biblos, pp. 201-242.

MATOS, Marlise (2021). “A violência política sexista, racista e interseccional: mapeando conceitos da violência política contra as mulheres”. In: D’ÁVILA, Manuela (org.). Sempre foi sobre nós: Relatos da violência política de gênero no Brasil. Porto Alegre, Instituto E se fosse você?, pp. 210-225.

MONTERO, Ana Soledad & VINCENT, Lucía. (2013), “Del “peronismo impuro” al “kirchnerismo puro”: la construcción de una nueva identidad política durante la presidencia de Néstor Kirchner en Argentina (2003-2007)”. Postdata, 1(18): 123-157, abril.

MORENO, José L. P. (2016), La cara oscura del capital erótico: Capitalización del cuerpo y trastornos alimentarios. Madri, Editorial Akal.

NORA, Pierre. (dez. 1993), “Entre memória e história: a problemática dos lugares”. Projeto

História: Revista do Programa de Estudos Pós-Graduados de História, 10: 7-28.

PANKE, Luciana & IASULAITIS, Sylvia. (2016), “Mulheres no poder: aspectos sobre o discurso feminino nas campanhas eleitorais”. Opinião Pública, 2(22): 385-417, maio.

PISCOPO, Jennifer. (2014), “Female Leadership and Sexual Health Policy in Argentina”. Latin American Research Review, 1(49), pp. 104-127.

PIVA, Adrián. (2013), “¿Cuánto hay de nuevo y cuánto de populismo en el neopopulismo? Kirchnerismo y peronismo en la Argentina post 2001”. Trabajo y sociedad, 1(21): 135-157, agosto.

RAMOS, Hugo. (2016), “Preferencias políticas en el campo de la integración regional (Mercosur) y políticas económicas. El caso del Frente Para la Victoria en Argentina (2003-2007)”. Revista de la Red Intercátedras de Historia de América Latina Contemporánea: Segunda Época (5): 40-55.

RINESI, Eduardo. (2011), “¿Qué es el kirchnerismo?”. In: HAMAWI, Rodolfo et al. (org.). Qué es el kirchnerismo: Escritos desde una época de cambio. Buenos Aires, Continente, pp. 27-40.

RIVETTI, Jéssica M. de Melo. (2016), Com a palavra, Cristina Kirchner: Os usos da memória

de Eva Perón no bicentenário argentino. Guarulhos, dissertação de mestrado, Programa de

Pós-graduação em Ciências Sociais da Universidade Federal de São Paulo. 201 p.

RIVETTI, Jéssica M. de Melo. (2023), “Las Evas de Cristina. Los usos de la memoria en el Bicentenario Revolución de Mayo”. Buenos Aires, Grupo Editor Universitario.

RUDLING, Adriana. (2009), “La Señora Presidenta. Feminist policy-making by female Latin-American presidents?”. 44 p. Dissertation. Sweden School of Social and Health Sciences. Halmstad University, Halmstad.

RUSSO, Sandra. (2011). La Presidenta. Historia de una vida. Buenos Aires, Sudamericana.

SANTOS, Pedro dos & JALALZAI, Farida. (2021), Women’s empowerment and disempowerment in Brazil: The rise and fall of president Dilma Rousseff. Pensilvânia, Temple University Press.

SCHULTHEIS, Franz. (1995), “L'opposition privé/ public comme principe-clé d'une vision et d'une division sexuée du monde social”. In: Ephesia (Ed.): La place des femmes. Les enjeux de l'identité et de l'égalité au regard des sciences sociales. Paris, p. 190-193.

SILVA, Paulo Renato. (2014), “Memória e História de Eva Perón”. Revista História. São Paulo, 1(170):143-173, janeiro.

SOSA, Pamela. (julio-diciembre 2016), “Los orígenes de las concepciones políticas del kirchnerismo. La experiencia política del Ateneo Juan Domingo Perón en la provincia de Santa Cruz (1981-1987)”. Revista Temas y Debates, 20 (32): 77-96.

SOSA, Pamela. (2017), “Los orígenes del frente para la victoria en Argentina (1988-2003)”.

América Latina Hoy, 76: 115-137. https://doi.org/10.14201/alh20176115137.

VALOBRA, Adriana. (2010), Del hogar a las urnas: Recorridos de la ciudadanía política femenina. Argentina, 1946-1955. Rosario, Prehistoria.

VÁZQUEZ, Melina & VOMMARO, Pablo. (2012), “La fuerza de los jóvenes: aproximaciones a la militancia kirchnerista desde La Cámpora”. In: PÉREZ, Germán & NATALUCCI, Ana. (org.). Vamos las bandas. Organizaciones y militancia kirchnerista. Buenos Aires, Trilce, pp. 149-174.

WINFIELD, Betty. (1997), “The first lady, political power, and the media: Who elected her anyway”. In: NORRIS, Pippa (ed.), Women, media, and politics, New York, Oxford UNiversity Press, pp.166-179.

WORNAT, Olga. (2005), Reina Cristina: vida pública y privada de la mujer más poderosa de la Argentina. Barcelona, Editorial Planeta.

Downloads

Publicado

2023-12-15

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

Rivetti, J. M. de M., & Hey, A. P. (2023). Mulheres políticas: estratégias de legitimidade e recursos mobilizados por Cristina Kirchner. Tempo Social, 35(3), 33-57. https://doi.org/10.11606/0103-2070.ts.2023.216541