Cultura e política: a criação do Ministério da Cultura na redemocratização do Brasil

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/0103-2070.ts.2019.144335

Palavras-chave:

Cultura, Ministério da Cultura, Intelectuais, Artistas, Políticas culturais

Resumo

Este artigo analisa a criação do Ministério da Cultura, em 1985, por meio da identificação dos principais atores envolvidos, seus interesses e estratégias, bem como examina as posições dos partidos políticos que se pronunciaram a respeito da necessidade de uma pasta para a cultura separada da educação. Pela análise de fontes jornalísticas e entrevistas, relaciona aquele processo com as características particulares do contexto político da época e apresenta as discussões e debates que acompanharam o desenrolar do processo que definiu a criação de uma pasta autônoma para a cultura. Por fim, conclui que, embora o processo de montagem do Ministério da Cultura no governo Sarney tenha sido influenciado pelas vicissitudes políticas do momento e conduzido de modo pouco eficiente, ele foi expressão da remobilização da sociedade civil brasileira em torno de questões de política pública no processo de transição pós-autoritária na primeira metade dos anos de 1980.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Fabio Maleronka Ferron, Universidade de São Paulo

    Doutorando em sociologia da cultura na Universidade de São Paulo.

  • Maria Arminda do Nascimento Arruda, Universidade de São Paulo

    Professora titular de Sociologia da Universidade de São Paulo. Atualmente é Diretora da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo.

Referências

Arruda, Maria Arminda do Nascimento. (2003), “A política cultural: regulação estatal e mecenato privado”. Tempo Social, São Paulo. 15 (2): 177-193. Disponível em http://dx.doi.org/10.1590/S0103-20702003000200007, consultado em 20/1/2018.

Barbalho, Alexandre. (2007), “Políticas culturais no Brasil: Identidade e diversidade sem diferença”. Trabalho apresentado no iii Enecult – Encontro de Estudos Multidisciplinares em Cultura, 23 a 25 de maio, Faculdade de Comunicação/ufba, Salvador. Disponível em http://hugoribeiro.com.br/biblioteca-digital/Barbalho-politicas_culturais_no_Brasil.pdf, consultado em 22/3/2017.

Botelho, Isaura. (2000), Romance de formação: Funarte e política cultural, 1976-1990. Rio de Janeiro, Edições Casa de Rui Barbosa.

Botelho, Isaura. (2007), “A política cultural & o plano das ideias”. In: Barbalho, Alexandre & Rubim, Albino (orgs.). Políticas culturais no Brasil. Salvador, edufba.

Brasil. (1985), Decreto n. 91.144, de 15 de março de 1985. Presidência da República, Casa Civil, Subchefia para Assuntos Jurídicos. Disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/1980-1989/D91144.htm, consultado em 1/4/2017.

Calabre, Lia. (2007), “Políticas culturais no Brasil: balanço e perspectivas”. Trabalho apresentado no iii Enecult – Encontro de Estudos Multidisciplinares em Cultura, 23 a 25 de maio, Faculdade de Comunicação-ufba, Salvador. Disponível em http://www.guiacultural.unicamp.br/sites/default/files/calabre_l_politicas_culturais_no_brasil_balanco_e_perspectivas.pdf, consultado em 10/4/2017.

Cardoso, Fernando Henrique. (1989), “Política cultural”. Jornal no Brasil. Rio de Janeiro, 16/07, pp. 7-8.

Castro, Luiz Felipe Meira de. (1989), “O estado atual da política cultural no Brasil: Uma agenda de debates”. Revista de Administração Pública, 23 (1): 21-35. Disponível em http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/rap/article/view/9360, consultado em 26/6/2017.

Chaui, Marilena. (2017), Entrevista concedida a Fabio Maleronka Ferron, em 28 de abril de 2017. Gravada em MOV.

Durand, José Carlos Garcia. (abr.-jun. 1996), “Profissionalizar a administração da cultura”. Revista de Administração de Empresas, 36 (2): 6-11. Disponível em http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0034-75901996000200002&script=sci_arttext, consultado em 25/3/2017.

Durand, José Carlos Garcia & Gouveia, Maria Alice; Berman, Graça. (1997), “Patrocínio empresarial e incentivos fiscais à cultura no Brasil: Análise de uma experiência recente”. Revista de Administração de Empresas, 37 (4): 38-44. Disponível em http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/rae/article/view/37956/36706, consultado em 5/3/2017.

Ferron, Fabio Maleronka. (2017), O primeiro fim do MinC. São Paulo, dissertação de mestrado em estudos culturais, Escola de Artes, Ciências e Humanidades, Universidade de São Paulo. Disponível em http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/100/100135/tde-27112017-103623/, consultado em 3/2/2018.

Holanda, Heloísa Buarque de & Gonçalves, Marcos Augusto. (2005), “A ficção da realidade brasileira”. In: Adauto, Novaes (org.). Anos 70: ainda sob a tempestade. Rio de Janeiro, Aeroplano/Senac-Rio.

Lamounier, Bolivar. (1991), De Geisel a Collor: o balanço da transição. São Paulo, Edições Loyola.

Mendonça, Marcos. (2017), Entrevista concedida a Fabio Maleronka Ferron. São Paulo, 15 de abril de 2017. Gravada em mov.

Miceli, Sergio. (1984a), Estado e cultura no Brasil. São Paulo, Difel.

Miceli, Sergio. (1984b), “Teoria e prática da política cultural oficial no Brasil”. Revista de Administração de Empresas, 24, (1): 27-31. Disponível em http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0034-75901984000100002&script=sci_arttext, consultado em 23/6/2017.

Ortiz, Renato. (1985), Cultura brasileira e identidade nacional. São Paulo, Brasiliense.

Ortiz, Renato. (2006), A moderna tradição brasileira. São Paulo, Brasiliense.

Poerner, Arthur José. (2000), Identidade cultural na era da globalização: política federal de cultura. Rio de Janeiro, Revan.

Ridenti, Marcelo. (jun. 2005), “Artistas e intelectuais no Brasil pós-1960”. Tempo Social: Revista de Sociologia da usp, 17 (1): 81-110. Disponível em http://www.scielo.br/pdf/ts/v17n1/v17n1a03.pdf, consultado em 19/6/2017.

Ridenti, Marcelo. (2012), “Cultura e política nos anos 1970: o fim do ciclo das vanguardas no Brasil”. Brasa. Brasilian Studies Association. Disponível em http://www.brasa.org/wordpress/Documents/brasa_ix/Marcelo-Ridenti.pdf, consultado em 20/1/2018.

Rubim, Antônio Albino C. & Barbalho, Alexandre B. (orgs.). (2007), Políticas culturais no Brasil. Salvador, Editora da Universidade Federal da Bahia.

Rubim, Antônio Albino C. (2009), “Políticas culturais e novos desafios”. Revista Matrizes, 2 (2). Disponível em https://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/1240, consultado em 2/4/ 2017.

Rubim, Antônio Albino C. (2015), “Políticas culturais no Brasil: desafios contemporâneos”. In: Calabre, Lia (org.). Políticas culturais: olhares e contextos. Rio de Janeiro/São Paulo, Fundação Casa de Rui Barbosa/Itaú Cultural. Disponível em http://d3nv1jy4u7zmsc.cloudfront.net/wp-content/uploads/2015/05/PoliticasCulturais02_v07.pdf, consultado em 22/6/2017.

Silva, Frederico Augusto B. da & Midlej, Suylan (2011), Políticas públicas culturais. A voz dos gestores. Brasília, Ipea.

Skidmore, Thomas. (1988), “A lenta via brasileira para a democratização: 1974-1985”. In: Stepan, Alfred (org.). Democratizando o Brasil. Rio de Janeiro, Paz e Terra.

Souza, Maria do Carmo C. de. (1988), “A Nova República brasileira: sob a espada de Dâmocles”. In: Stepan, Alfred. (org.). Democratizando o Brasil. Rio de Janeiro, Paz e Terra.

Souza, Valmir. (2012), “Políticas culturais em São Paulo e o direito à cultura”. Políticas Culturais em Revista, 5 (2): 52-64. Disponível em https://rigs.ufba.br/index.php/pculturais/article/view/6535/4821, consultado em 29/6/2017.

Artigos de jornal

Biondo, Sônia. (1984), “José Aparecido: A cultura é fator primordial do povo brasileiro”. O Globo, 28/3, p. 29.

Castro, Ruy. (1985), “O fantasma da ópera ministerial”. Folha de S.Paulo, 18/5, p. 49.

Coelho, João Marcos. (1984), “Maluf e Martins, cultura a quatro mãos”. Folha de S.Paulo, 30/5, p. 33.

Couri, Norma. (1985), “Cultura-85, um debate que começa”. Folha de S.Paulo, 6/1, p. 12.

O Globo. (1984), “Minas abre amanhã Encontro Nacional de Política Cultural”. O Globo, 20/4, p. 21.

Downloads

Publicado

2019-04-17

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

Cultura e política: a criação do Ministério da Cultura na redemocratização do Brasil. (2019). Tempo Social, 31(1), 173-193. https://doi.org/10.11606/0103-2070.ts.2019.144335