As mulheres na Economia Social: no centro da ação, longe da decisão

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/0103-2070.ts.2021.178980

Palavras-chave:

Liderança, Economia social, Organizações, Segregação vertical, Estatísticas

Resumo

Com este texto, pretende-se alertar para a persistente desproporção entre homens e mulheres nos cargos de liderança das entidades da Economia Social. Para o efeito, observa-se a realidade portuguesa sobre a qual, pela primeira vez, estão disponíveis dados atualizados e a nível nacional, recolhidos pelo INE – Instituto Nacional de Estatística. Refletindo sobre as causas que lhe subjazem, propomo-nos ainda abordar as vias para ultrapassar a segregação de gênero. Neste ponto, partimos de uma constatação importante, a de que existe no seio das mencionadas organizações um bloqueio à mudança decorrente da invisibilidade das questões de gênero e de uma negação do problema, para advogar que uma parte da dinâmica de mudança em favor da igualdade de poder exige atuação interna, ao nível da consciencialização, do empoderamento e de uma abordagem transformadora.

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Biografia do Autor

  • Alcides A. Monteiro, Universidade da Beira Interior

    Doutor em sociologia, professor associado com agregação na Universidade da Beira Interior (UBI), Portugal, sendo ainda diretor do 2º Ciclo em Empreendedorismo e Inovação Social e diretor do 3º Ciclo em Sociologia. Investigador integrado no Cies-Iscte (Centro de Investigação e Estudos de Sociologia), foi coordenador do seu polo na ubi, o Cies-UBI, entre 2013 e 2017. O seu principal interesse científico está centrado na área de desenvolvimento local e regional. Ao mesmo tempo, desenvolve investigação teórica e participa em projetos nos domínios das metodologias de avaliação e de participação, das políticas públicas, das associações e voluntariado, do empreendedorismo social e inovação social, dos estudos de género, da educação de adultos e aprendizagem ao longo da vida. 

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Publicado

2021-08-16

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

As mulheres na Economia Social: no centro da ação, longe da decisão. (2021). Tempo Social, 33(2), 331-349. https://doi.org/10.11606/0103-2070.ts.2021.178980