A pintura trágica de Edvard Munch. Um ensaio sobre a pintura e as marteladas de Nietzsche

Autores

  • Paulo Roberto Arruda de Menezes Universidade de São Paulo. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas

DOI:

https://doi.org/10.1590/ts.v5i1/2.84944

Palavras-chave:

Nietzsche, Munch, Aforismos, Séries, Pintura, Mulheres, Relação sujeito-objeto, Artista trágico, Pintura trágica

Resumo

As relações entre a filosofia de Nietzsche e a pintura de Munch são instigantes e complexas. Os aforismos, modo de expressão primordial em Nietzsche da mesma maneira que o são as séries em Munch, lhe permitem perseguir uma idéia a partir de várias perspectivas possiblitando, a ambos, experimentos com o pensar. Cada pintura propões uma interpretação diferente para um mundo onde não existem mais fatos e onde a separação sujeito-objeto foi definitivamente abolida. Assim, ao pintar a dor, os ciúmes, a doença, o grito, a morte, a solidão, a paixão, as mulheres, Munch não mergulha, como poderia parecer à primeira vista, no pessimismo absoluto mas, pelo contrário, diz sim a tudo que é problemático, colocando-se na direção da superação da morte na vida, sendo e fazendo uma pintura trágica, dionisíaca.

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Biografia do Autor

  • Paulo Roberto Arruda de Menezes, Universidade de São Paulo. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas

    Professor do Departamento de Sociologia da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo.

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Publicado

1993-07-06

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

A pintura trágica de Edvard Munch. Um ensaio sobre a pintura e as marteladas de Nietzsche. (1993). Tempo Social, 5(1/2), 67-111. https://doi.org/10.1590/ts.v5i1/2.84944