Para “descolonizar” o comum: um ensaio crítico sobre a obra de Dardot e Laval

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/0103-2070.ts.2021.176239

Palavras-chave:

Pierre Dardot, Christian Laval, Comum, Colonialidade

Resumo

A obra de Dardot e Laval sobre o comum ainda não foi submetida ao crivo da crítica da colonialidade. Diante dessa lacuna, exploram-se, neste artigo, as potencialidades “decoloniais” dessa obra – localizando-as em sua concepção construtivista do comum –, bem como suas armadilhas “coloniais” – relacionadas com os limites eurocêntricos de sua arqueologia do comum, a subestimação da heterogeneidade das relações de poder e a dificuldade de facear os limites da “língua política” autorizada pelas instituições moderno-ocidentais. Conclui-se com um convite à expansão do imaginário político do comum a partir do repertório de experiências sociais não ocidentais/ não imperiais, sob o imperativo da norma da inapropriabilidade epistêmica ou cosmopolítica.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Rafael Afonso da Silva, Universidade Estadual de Campinas. Faculdade de Ciências Médicas

    Cientista social, com mestrado e doutorado em sociologia pela Unicamp. Atualmente é profissional de Apoio a Ensino, Pesquisa e Extensão em Sociologia no Departamento de Saúde Coletiva, na Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas, exercendo funções docentes na graduação de medicina, no Programa de Pós-graduação em Saúde Coletiva e no Programa de Mestrado Profissional Saúde Coletiva: Políticas e Gestão em Saúde. É autor de Ventos que sacodem Marx: sobre colonialismo, nacionalismo e racismo nas páginas irlandesas de Marx (2020) e de O sonho curto dos napë e a pandemia (2020). 

Referências

Andrade, Daniel P. & Ota, Nilton K. (2015), “Uma alternativa ao neoliberalismo: entrevista com Pierre Dardot e Christian Laval”. Tempo Social, 27 (1): 275-315.

Castillo, Rosalva A. H. (2018), “Algunos aprendizajes en el difícil reto de descolonizar el feminismo”. In: Menezes, Maria P. (org.). Epistemologías del Sur. Buenos Aires, Clacso.

Castro-Gomez, Santiago (2004), La hybris del punto cero: ciencia, raza e Ilustración en la Nueva Granada (1750-1816). Bogotá, Pontificia Universidad Javeriana.

Dardot, Pierre & Laval, Christian. (2015), “Propriedade, apropriação social e instituição do comum”. Tempo Social, 27 (1): 261-273.

Dardot, Pierre & Laval, Christian. (2016), A nova razão do mundo: ensaio sobre a sociedade neoliberal. São Paulo, Boitempo.

Dardot, Pierre & Laval, Christian. (2017), Comum: ensaio sobre a revolução no século XXI. São Paulo, Boitempo.

Federici, Silvia. (2011), “Women, land struggles, and the reconstruction of the commons”. The Journal of Labor and Society, 14: 41-56.

Federici, Silvia. (2014), “O feminismo e as políticas do comum em uma era de acumulação primitiva”. In: Moreno, Renata (org.). Feminismo, economia e política. São Paulo, SOF.

Grosfoguel, Ramón. (2008), “Para descolonizar os estudos de economia política e os estudos pós-coloniais”. Revista Crítica de Ciências Sociais, 80: 115-147.

Linebaugh, Peter. (2013), El Manifiesto de la Carta Magna. Madri, Traficantes de Sueños.

Marx, Karl. (2013), O Capital: Crítica da economia política. Livro i. São Paulo, Boitempo.

Mignolo, Walter D. (2008), “Desobediência epistêmica: a opção descolonial e o significado de identidade em política”. Cadernos de Letras da uff, 34: 287-324.

Mignolo, Walter D. (2017), “Colonialidade: o lado mais escuro da modernidade”. Revista Brasileira de Ciências Sociais, 32 (94): 1-18.

Mudimbe, Valentim. (2013), A invenção da África: gnose, filosofia e a ordem do conhecimento. Luanda, Pedago; Mulemba.

Naves, Márcio B. (2014), A questão do direito em Marx. São Paulo, Outras Expressões; Dobra.

Santos, Boaventura de S. (2008), “A filosofia à venda, a douta ignorância e a aposta de Pascal”. Revista Crítica de Ciências Sociais, 80: 11-43.

Santos, Boaventura de S. (2010), “Para além do pensamento abissal: das linhas globais a uma ecologia de saberes”. In: Santos, Boaventura de S. & Meneses, Maria Paula. Epistemologias do sul. São Paulo, Cortez.

Santos, Boaventura de S. (2019), O fim do império cognitivo: a afirmação das epistemologias do Sul. São Paulo, Autêntica.

Segato, Rita (2014), “El sexo y la norma”. Estudos Feministas, 22 (2): 593-616.

Tonucci Filho, João Bosco M. (2019), “Além do Estado e do capital: notas sobre três abordagens críticas do comum”. Crítica Marxista, 49: 153-173.

Viveiros de Castro, Eduardo. (2012), “‘Transformação’ na Antropologia, transformação da ‘Antropologia’”. Mana, 18 (1): 151-171.

Downloads

Publicado

2021-08-16

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

Para “descolonizar” o comum: um ensaio crítico sobre a obra de Dardot e Laval. (2021). Tempo Social, 33(2), 351-370. https://doi.org/10.11606/0103-2070.ts.2021.176239