Consumo e capital informacional nas lógicas de distinção entre grupos dominados

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/0103-2070.ts.2022.193536

Palavras-chave:

Capital cultural, Distinção, Fronteiras simbólicas, Consumo, Capital informacional

Resumo

O artigo contribui para o debate  acerca da atualidade do conceito  “capital cultural” na apreensão da dimensão simbólica de disputas  estabelecidas entre os grupos sociais  em torno da legitimação de bens e práticas culturais e, portanto, na compreensão dos mecanismos pelos quais as hierarquias simbólicas são mantidas e a dominação reproduzida. Para tanto, analisa a apropriação de referências do universo das grifes por parte de adeptos ao movimento Hype como um tipo de capital cultural  específico mobilizado no  estabelecimento de fronteiras simbólicas entre grupos não  dominantes, evidenciando a expansão da cultura de consumo e o capital informacional como dois aspectos da cultura contemporânea extremamente impactantes nos jogos de distinção.

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Biografia do Autor

  • Ana Lúcia de Castro, Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho

    É professora livre docente do Departamento de Ciências Sociais da Unesp. Atua na interface entre as áreas de Sociologia da cultura e Antropologia urbana, pesquisando os temas: consumo, fronteiras simbólicas e processos de identificação. Autora, entre outros, de “Culto ao corpo e sociedade: mídia, estilos de vida e cultura de consumo” (AnnaBlume/Fapesp).

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Publicado

2022-08-29

Edição

Seção

Dossiê - Distinção e classe social no mundo contemporâneo

Como Citar

Consumo e capital informacional nas lógicas de distinção entre grupos dominados. (2022). Tempo Social, 34(2), 31-45. https://doi.org/10.11606/0103-2070.ts.2022.193536