Socialização e regras de conduta para adolescentes internados

Autores

  • Bruna Gisi Martins de Almeida Universidade de São Paulo

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0103-20702013000100008

Palavras-chave:

Punição, Unidade de internação, Instituição total, Medidas socioeducativas, Estatuto da Criança e do Adolescente

Resumo

A partir dos resultados de uma pesquisa realizada em uma unidade da Fundação Casa (SP), o objetivo deste artigo é analisar os meios pelos quais a internação como forma de punição produz efeitos nos adolescentes. A unidade de internação foi analisada com base no conceito de instituição total, que possibilita pensar de que forma a instituição, ao gerar concepções sobre seus membros a partir da definição da situação apresentada, produz efeitos no modo como interagem. Fundados na expectativa de um perigo iminente, os procedimentos de segurança e as características prisionais das dependências físicas também informam esse perigo iminente a todos que frequentam a unidade, geram tensão e impõem a necessidade de controle e de regras de conduta.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Referências

Ariès, Philippe. (2006), A história social da criança e da família. Rio de Janeiro, ltc.

Bernal, Elaine Marina Bueno. (2004), Arquivos do abandono: experiências de crianças e adolescentes internados em instituições do Serviço Social de Menores de São Paulo (1938-1960). São Paulo, Cortez.

Biondi, Karina. (2010), Junto e misturado: uma etnografia do pcc. São Paulo, Terceiro Nome.

Brasil, Código de Menores (1927). Decreto n. 17 943-A de 12 de outubro de 1927.

Brasil, Código de Menores (1979). Lei n. 6 697, de 10 de outubro de 1979.

Brasil, Estatuto da Criança e do Adolescente (1990). Lei Federal n. 8 069 de 13 de julho de 1990.

César, Maria Rita de Assis. (2008), A invenção da adolescência no discurso psicopedagógico. São Paulo, Editora da Unesp.

Clemmer, Donald. (1958), The prison community. New York, Rinehart & Company.

Coelho, Edmundo Campos. (1978), “A criminalização da marginalidade e a marginalização da criminalidade”. Revista de Administração Pública, 2(12): pp.139-161, abr.-jun.

. (1987), A oficina do diabo: crise e conflito no sistema penitenciário do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, Espaço e Tempo/Iuperj.

Conselho nacional de justiça. (2012), Panorama nacional: a execução das medidas socioeducativas de internação. Brasília, Conselho Nacional de Justiça.

Dias, Camila Caldeira Nunes. (2009), “Consolidação do Primeiro Comando da Capital (pcc) no sistema carcerário paulista e a nova configuração do poder no universo prisional”. Anais do I Seminário Nacional Sociologia & Política ufpr. Curitiba.

Dubois, Vincent. (2009), “Le paradoxe du contrôleur”. Actes de la Recherche en Sciences Sociales, 178 (3): 28-49.

Garland, David. (2008), A cultura do controle: crime e ordem social na sociedade contemporânea. Rio de Janeiro, Revan.

Goffman, Erving. (1974), Frame analysis. New York, Harper & Row.

. (1983), “The interaction order: American Sociological Association, 1982 Presidential Address”. American Sociological Review, 1 (48): 1-17.

. (1991), Asylums: essays on the social situation of mental patients and other inmates. London, Penguin Books.

Marques, Adalton. (2009), Crime, proceder, convívio-seguro: um experimento antropológico a partir de relações entre ladrões. São Paulo, dissertação de mestrado, Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo.

Neri, Natasha Elbas. (2009), “Tirando cadeia dimenor”: a experiência da internação e as narrativas de jovens em conflito com a lei no Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, dissertação de mestrado, Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Noguchi, Natália; De la Taille, Yves. (2008), “O universo moral de jovens internos da Febem”. Cadernos de Pesquisa Fundação Carlos Chagas, São Paulo, 133 (38): 11-40, jan.-abr.

Oliveira, Rosa Maria Fátima de Castro e. (2004), A irregularidade de uma situação: a política da infância e da adolescência no Brasil. São Paulo, tese de doutorado, Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo.

Passetti, Edson. (1995), Violentados: crianças, adolescentes e justiça. São Paulo, Imaginário.

Ramalho, José Ricardo. (1979), Mundo do crime: a ordem pelo avesso. Rio de Janeiro, Edições Graal.

Secretaria Nacional de Promoção dos Direitos da Criança e do Adolescente. (2010), Levantamento nacional: atendimento socioeducativo ao adolescente em conflito com a lei (2009). Brasília.

. (2011), Levantamento nacional: atendimento socioeducativo ao adolescente em conflito com a lei (2010). Brasília.

Sykes, Gresham M. (1999), The society of captives: a study of a maximum security prision. New Jersey, Princeton University Press.

Schuch, Patrice. (2005), Práticas de justiça: uma etnografia do “Campo de Atenção ao Adolescente Infrator” no Rio Grande do Sul, depois do Estatuto da Criança e do Adolescente. Porto Alegre, tese de doutorado, Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

Volpi, Mário. (2001), Sem liberdades, sem direitos: a experiência de privação de liberdade na percepção dos adolescentes em conflito com a lei. São Paulo, Cortez.

Downloads

Publicado

2013-06-01

Edição

Seção

Dossiê - Sociologia da Punição e das Prisões

Como Citar

Almeida, B. G. M. de. (2013). Socialização e regras de conduta para adolescentes internados . Tempo Social, 25(1), 149-167. https://doi.org/10.1590/S0103-20702013000100008