O medo da polícia e as graves violações dos direitos humanos

Autores

  • Nancy Cardia Universidade de São Paulo. Núcleo de Estudos da Violência

DOI:

https://doi.org/10.1590/ts.v9i1.86556

Palavras-chave:

Medo, Polícia, Violação, Direitos humanos, Consolidação democrática.

Resumo

A consolidação democrática no Brasil ainda se depara com alguns desafios oriundos do regime autoritário. O advento da democracia coincidiu com uma grave crise econômica e com a redução da capacidade do Estado de intervir na oferta de serviços. O desempenho policial durante a transição democrática ao contrário de melhorar só se deteriorou. A violência e a arbitrariedade também não desapareceram mas cresceram com a ineficiência. A imagem que o público tinha da polícia durante a ditadura não se reestruturou mas continuou a ser negativa. Essa imagem ruim é causada tanto pelo fraco desempenho e pela violência e arbitrariedade da polícia quanto pela falta de controles externos da polícia, ou seja, de canais institucionais para as pessoas poderem registrar suas queixas sobre o comportamento policial. Assim, as pessoas ficam entre a necessidade por segurança pública que deveria ser fornecida pela polícia e a descrença ou mesmo medo que sentem por ela. Eis então a grande ambigüidade do sentimento das pessoas com relação à polícia: elas tendem a não acreditar na polícia mas isso não se traduz por demandas de melhora no desempenho ou de controle sobre essa instituição. Muito pelo contrário, a desconfiança caminha lado a lado com a concordância do comportamento arbitrário da polícia. O objetivo deste trabalho é exatamente examinar essas contradições.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Nancy Cardia, Universidade de São Paulo. Núcleo de Estudos da Violência
    Coordenadora de pesquisa do Núcleo de Estudos da Violência ( NEV-USP)

Downloads

Publicado

1997-06-30

Edição

Seção

Estratégias de Intervenção Policial no Estado Contemporâneo

Como Citar

O medo da polícia e as graves violações dos direitos humanos. (1997). Tempo Social, 9(1), 249-265. https://doi.org/10.1590/ts.v9i1.86556