Contra o povo: soberania, nação e democracia no percurso teórico-prático de Carl Schmitt

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/0103-2070.ts.2021.169616

Palavras-chave:

Soberania, Estado de exceção, Totalitarismo, Democracia, Carl Schmitt

Resumo

Neste artigo, destacamos os estreitos elos ideológicos entre as noções de soberania, estado de exceção e totalitarismo na trajetória político-intelectual de Carl Schmitt, os quais descartam qualquer perspectiva de soberania popular. Adotamos uma posição teórico-metodológica inspirada em Nicos Poulantzas, e nossa principal hipótese é que a apropriação seletiva de noções trabalhadas por Schmitt bloqueia o conhecimento científico e reforça a confusão ideológica entre as classes populares.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Lúcio Flávio Rodrigues Almeida, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo

    Professor do Departamento de Política e do Programa de Estudos Pós-Graduados em Ciências Sociais da PUC-SP. 

Referências

Agamben, Giorgio. (2004), Estado de exceção. São Paulo, Boitempo.

Almeida, Lúcio Flávio de. (2014), Ideologia nacional e nacionalismo. 2 ed. São Paulo, Educ.

Almeida, Lúcio Flávio de. (2012), “Nacionalitarismo, anti-imperialismo e democracia: um desafio teórico-prático que se repõe para o marxismo no século xxi”. Lutas Sociais, São Paulo, 28: 114-129.

Anderson, Benedict. (2008), Comunidades imaginadas: reflexões sobre a origem e a difusão do nacionalismo. São Paulo, Companhia das Letras.

Anderson, Perry. (1985), Linhagens do Estado Absolutista. São Paulo, Brasiliense.

Balibar, Etienne. (2013), “Prolègomènes à la souverainetè”. In: Nous, citoyens d’Europe? Les fronteires, l’État, le peuple. Paris, La Découverte, n.p, e-book.

Bodin, Jean. (1993), Les six livres de la République. Paris, Le Livre de Poche.

Borón, Atílio & González, Sabrina. (2006), “Resgatar o inimigo? Carl Schmitt e os debates contemporâneos da teoria política e da democracia”. In: Borón, Atílio (org.). Filosofia política contemporânea: controvérsias sobre, civilização, império e cidadania. Buenos Aires/São Paulo, Clacso/Departamento de Ciência Política da usp, pp. 145-172.

Derrathé, Robert. (2009), Rousseau e a ciência política de seu tempo. São Paulo, Barcarolla; Discurso Editorial.

Draghici, Simona. (1999), “Preface”. In: Schmitt, Carl (org.). Four articles, 1931-1938. Washington-dc, Plutarch Press, pp. vi-xvi.

Faye, Jean-Pierre. (2009), Introdução às linguagens totalitárias: teoria e transformação do relato. São Paulo, Perspectiva.

Freund, Julien. (1992), “Préface”. In: Schmitt, Carl (org.). La notion de politique/Théorie du partisan. Paris, Flammarion, pp. 7-38.

Gentile, Giovanni. (1928), “The philosophic basis of fascism”. Foreign Affairs, 6 (2): 290-304. Disponível em https://www.foreignaffairs.com/articles/italy/1928-01-01/philosophic-basis-fascism, consultado em 15/03/2018.

Marramao, Giacomo. (1995), “Pouvoir et puissance: à propos de Carl Schmitt”. In: Herrera, Carlos (org.), Le Droit, le Politique: autour de Max Weber, Hans Kelsen, Carl Schmitt. Paris, L’Harmattan, pp. 69-82.

Marx, Karl. (1986), O capital. Livro iii, tomo 2. São Paulo, Nova Cultural.

Marx, Karl & Engels, Friedrich. (2007), “Feuerbach e História: rascunhos e anotações”. In: A ideologia alemã. São Paulo, Boitempo, pp. 29-81.

McElligott, Anthony. (1999), “Dangerous communities and conservative authority: the judiciary, Nazis and rough people, 1932-1933”. In: Kirk, Tim & McElligott, Antony (orgs.). Opposing fascism: community, authority and resistance in Europe. Cambridge, University Press, n.p., e-book.

Mussolini, Benito. (1961), “La dottrina del Fascismo”. In: Opera omnia. Firenzi, La Fenice, vol. xxiv, pp. 115-138.

Mussolini, Benito. (1956), “Intransigenza assoluta”. In: Opera omnia. Firenzi, La Fenice, vol. xxi, pp. 357-364.

Negri, Antonio & Hardt, Michael. (2001), Império. Rio de Janeiro, Record.

Pasquino, Pasquale. (1988), “Préface”. In: Schmitt, Carl & Strauss, Leo. Parlamentarisme et démocratie. Paris, Éditions du Seuil, pp. 7-20.

Poulantzas, Nicos. (1978), Fascismo e ditadura. São Paulo, Martins Fontes.

Poulantzas, Nicos. (1968), Pouvoir politique et classes sociales. Paris, Maspero.

Rousseau, Jean-Jacques. (1943), Du Contrat Social. Paris, Aubier.

Saes, Décio. (1998), “O conceito de Estado burguês”. In: Estado e democracia: ensaios teóricos. 3 ed. Campinas, ifch/Unicamp, pp. 15-50.

Schmitt, Carl. (2007a), The concept of political. Chicago, University of Chicago Press.

Schmitt, Carl. (2007b), O guardião da Constituição. Belo Horizonte, Del Rey.

Schmitt, Carl. (1985), Political theology: four chapters on the concept of sovereignty. Cambridge, mit Press.

Schmitt, Carl. (1988), Parlamentarisme et démocratie. Paris, Seuil.

Schmitt, Carl. (1999a), “The way to the total state”. In: Four articles (1931-1938). Washington-dc, Plutarch Press, pp. 1-18.

Schmitt, Carl. (1999b), “Further development of the total state in Germany”. In: Four articles (1931-1938). Washington-dc, Plutarch Press, pp. 19-27.

Traverso, Enzo. (2001), El totalitarismo: história crítica de um debate. Buenos Aires, Editorial Universidad de Buenos Aires.

Vita, Leticia (org.). (2015), Prussia contra el Reich ante el Tribunal Estatal: La sentencia que enfrento a Hermann Heller, Carl Schmith y Hans Kelsen em Weimar. Bogotá, Universidad Externado de Colombia, n. p., e-book.

Downloads

Publicado

2021-04-28

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

Almeida, L. F. R. (2021). Contra o povo: soberania, nação e democracia no percurso teórico-prático de Carl Schmitt. Tempo Social, 33(1), 1-16. https://doi.org/10.11606/0103-2070.ts.2021.169616