Coleções colaborativas: um espaço de dois universos

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/0103-2070.ts.2022.183052

Palavras-chave:

Consumo, Distinção, Luxo, Fast fashion, Moda

Resumo

Neste artigo estudamos a produção de fronteiras simbólicas e sociais valendo-nos das coleções de roupas realizadas entre marcas de luxo e de fast fashion. Elas são divulgadas como democratização do luxo, já que supostamente facilitam o acesso a esses tipos de bens. Nossa análise sobre as colaborações entre a fast fashion Riachuelo e as marcas de luxo Versace e Karl Lagerfeld mostra, contudo, que essas colaborações não embaralham esses universos e seus consumidores. Identificamos uma unificação simbólica do mercado de luxo, a consequente expansão transclasse do reconhecimento de elementos estabelecidos como distintivos e o estabelecimento de hierarquias que mantêm as fronteiras sociais entre as  classes.

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Biografia do Autor

  • Michel Nicolau Netto, Universidade Estadual de Campinas

    Professor do Departamento e do Programa de Pós-Graduação em Sociologia no Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Unicamp.

  • Bárbara Venturini Ábile, Universidade Estadual de Campinas

    Doutoranda em Sociologia pelo Programa de Pós-Graduação em Sociologia no Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Unicamp.

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Publicado

2022-08-29

Edição

Seção

Dossiê - Distinção e classe social no mundo contemporâneo

Dados de financiamento

Como Citar

Coleções colaborativas: um espaço de dois universos. (2022). Tempo Social, 34(2), 163-187. https://doi.org/10.11606/0103-2070.ts.2022.183052