A classe média no mundo do neoliberalismo

Autores

  • Roberto Grun Universidade Federal de São Carlos

DOI:

https://doi.org/10.1590/ts.v10i1.86764

Palavras-chave:

Classes médias, Neoliberalismo, Sociologia econômica, Convenções cognitivas, Convenções econômicas

Resumo

O texto procura dar conta das recentes transformações na maneira como as classes médias brasileiras apreendem e dão sentido à sua vida na esfera econômica. Para isso, utiliza dados e análises de pesquisas sobre transformações em ambientes de trabalho burocráticos, construção de espaços argumentativos dos gerentes, formas tradicionais e mais recentes do pequeno comércio e sobre o também recente fenômeno do desemprego gerencial. Procura entender o problema mediante um estudo de transformações das convenções cognitivas implícitas nas formas de se entender o mundo social e seus reflexos nas vivências da esfera econômica. Da análise emerge um interessante caso de cegueira institucional, onde todas as evidências que põem em xeque a nova ordem são descartadas e onde a antiga divisão das classes médias em estratos assalariados e autônomos tem de ser repensado.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Roberto Grun, Universidade Federal de São Carlos

    Professor do Departamento de Engenharia de Produção da Universidade Federal de São Carlos.

Referências

BOURDIEU, P. (1977) La production de la croyance: contribution à une économie des biens symboliques. Actes de la Recherche en Sciences Sociales, Paris, 13, p. 3-43; retomado parcialmente em BOURDIEU, P. (1996) As regras da arte. São Paulo, Companhia das Letras.

BOURDIEU, P. (1979) La distinction: critique sociale du jugement. Paris, Ed. de Minuit.

BOURDIEU, P. (1982) Ce qui parler veut dire. Paris, Ed. Fayard. Editado no Brasil como A economia das trocas linguísticas. São Paulo, Edusp, 1996.

BOURDIEU, P. (1989) La noblesse d’État. Paris, Ed. de Minuit.

BOURDIEU, P. & BOLTANSKI, L. (1976) La production de l’idéologie dominante. Actes de la Recherche en Sciences Sociales, Paris, 2/3, p. 4-73.

DIEBOLD, F. & NEUMARK, D. & POLSKY, D. (1996) Comment on Kenneth A. Swinnerton and Howard Wial, “Is job stability declining in the U.S. economy?” Industrial & Labor Relations Review, Ithaca, 49(2), jan.

DOUGLAS, M. (1986a) How institutions think. Syracuse, Syracuse University Press.

DOUGLAS, M. (1986b) Smallness of scale discounted. Syracuse, Syracuse University Press.

DOUGLAS, M. (1992) Autonomy and oportunism. In: Risk and blame: essays in cultural theory. London & New York, Routledge, p. 187-207.

DOUGLAS, M. (1996) Thought styles: critical essays on good taste. London, Sage.

EINHHORN, H. & HOGGARTH, R. (1985) Ambiguity and uncertainty in probabilistic inference. Psychological Review, Princeton, 92, p. 433-461.

FAMA, E.F. (1980) Agency problems and the theory of firm. Journal of Political Economy, Chicago, 88(2), p. 288-307.

FLIGSTEIN, N. (1990) The transformation of corporate control. CambridgeMA, Harvard University Press.

GALBRAITH, J.K. (1982) O novo Estado industrial. São Paulo, Abril Cultural, cap. 6.

GILMAN, S.L. (1986) Jewish self-hatred: anti-semitism and the hiddem language of the jews. Baltimore, Johns Hopkins University Press.

GOODMAN, N. (1978) Ways of worldmaking. Indianapolis, Hackett.

GRÜN, R. (1985) A produção de uma empresa moderna: os bancários e a automação. São Paulo, 302 p. Dissertação (Mestrado). PUC/SP.

GRÜN, R. (1992) Negócios & famílias: armênios em São Paulo. São Paulo, Ed. Sumaré/Fapesp.

GRÜN, R. (1993) Sobre o envelhecimento gerencial. Revista de Administração de Empresas da FGV, Rio de Janeiro, 33(2), p. 44-63, mar-abr.

GRÜN, R. (1994) Capital & Estado: Uma proposta de estudo do setor de papel e celulose brasileiro através da análise neo-institucional. Curitiba, Anais do XVIII Enanpad, vol. 8, p. 176-195.

GRÜN, R. (1995) A revolução dos gerentes brasileiros. São Carlos, Edufscar.

HECKSCHER, C. (1995) White-colar blues: management loyalties in an age of corporate restructuring. New York, Basic Books.

HOPWOOD, A. & MILLER, P. (eds.). (1994) Accounting as social and institutional practice. Cambridge-GB, Cambridge University Press.

JACKALL, R. (1988) Moral mazes: the world of corporate managers. New York, Oxford University Press.

JOHANSEN, R. & SWIGART, R. (1994) Upsizing the individual in the downsized organization. Reading, Addison-Wesley.

LAKOFF, G. (1996) Moral politics: what conservatives know that liberals don’t. Chicago, University of Chicago Press.

MARX, K. (1971) Theories of surplus-value. Moskow, Progress Publishers, Vol. III.

MEYER, M.W. (1994) Measuring performance in economic organizations. In: SMELSER, N. & SWEDBERG, R. (ed.). The handbook of economic sociology. Princeton, Princeton University Press, p. 556-579.

MONTAGNA, P. (1990) Accounting rationality and financial legitimation. In: ZUKIN S.& DIMAGGIO P. (eds.). Structures of capital: the social organization of economy. Cambridge-MA, Cambridge University Press, p. 227-260.

PARSONS, W. (1990) The power of economic press: journalism and economic opinion in Britain and America. New Brunswick, Rutgers University Press.

PERROW, C. (1990) Economic theories of organization. In: ZUKIN, S. & DIMAGGIO P. (eds.). Structures of capital: the social organization of the economy. Cambridge-MA, Cambridge University Press, p. 121-151.

PORTER, T.M. (1995) Trust in numbers: the pursuit of objectivity in science and public life. Princeton, Princeton University Press.

REDDY, W. (1986) The structure of a cultural crisis: thinking about cloth in France before and after the Revolution. In: APPADURAI, A. (ed.).The social life of things: commodities in cultural perspective. Berkeley, University of California Press, p. 261-284.

RIEDER, J. (1990) Rhetoric of reason, rhetoric of passion: sociolinguistic aspects of instrumental and expressive rhetorics. Rationality and Society, Thousand Oaks, 2(2), april.

SWINNERTON, Kenneth A. (1996) Is job stability declining in the U.S. economy? Reply to Diehold, Neumark, and Polsky. Industrial & Labor Relations Review, Ithaca, 49(2), jan.

SWINNERTON, Kenneth A. & WIAL, Howard (1995) Is job stability declining in the U.S. economy? Industrial & Labor Relations Review, Ithaca, 48(2), jan.

USEEM, M. (1993) Executive defense: shareholder power & corporate reorganization. Cambridge-MA, Harvard University Press.

ZILBOVICIUS, M. & FERRO, J.R & GRÜN, R. (1986) Novas estratégias empresariais e novas respostas operárias: a operação Vaca Brava. Apresentado na X Anpocs, Campos de Jordão (mimeo).

Downloads

Publicado

1998-06-28

Edição

Seção

Dossiê Trabalho

Como Citar

A classe média no mundo do neoliberalismo. (1998). Tempo Social, 10(1), 143-163. https://doi.org/10.1590/ts.v10i1.86764