A invisibilidade da pena: Dois Rios como imagem do paraíso

Autores

  • Myrian Sepúlveda dos Santos Universidade do Estado do Rio de Janeiro

DOI:

https://doi.org/10.11606/0103-2070.ts.2016.105854

Palavras-chave:

Ilha Grande, Colônia Agrícola do Distrito Federal, sistema penitenciário, pena, castigo, punição

Resumo

Este artigo analisa o funcionamento da Colônia Agrícola do Distrito Federal, localizada na Vila Dois Rios, na Ilha Grande, nas décadas de 1940 e 1950. Em 1942, a Colônia Agrícola de Fernando de Noronha, onde estavam encarcerados presos políticos considerados perigosos à ordem pública, foi transferida para a Ilha Grande. Diferentemente das cenas de terror descritas por Graciliano Ramos na década anterior, os registros da época mostram uma mudança radical no funcionamento da prisão. Com base em um conjunto de entrevistas com antigos moradores da Vila Dois Rios, mas considerando também dados de arquivos, jornais e relatos biográficos de antigos presos políticos, este artigo analisa a invisibilidade do processo punitivo, bem como a relação entre cárcere e sociedade.

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Biografia do Autor

  • Myrian Sepúlveda dos Santos, Universidade do Estado do Rio de Janeiro

    Myrian Sepúlveda dos Santos, doutora em Sociologia pela New School for Social Research, é professora associada do Departamento de Ciências Sociais da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Suas publicações incluem livros e artigos sobre teoria social, memória coletiva, políticas culturais e, sistema penitenciário.

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Publicado

2016-09-06

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

A invisibilidade da pena: Dois Rios como imagem do paraíso. (2016). Tempo Social, 28(2), 261-283. https://doi.org/10.11606/0103-2070.ts.2016.105854