Refugiados diante da nova ordem mundial

Autores

  • Michel Agier École des Hautes Études en Sciences Sociales

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0103-20702006000200010

Palavras-chave:

Ajuda humanitária, Refugiados, Ação política

Resumo

Em um contexto em que as guerras se transformaram, envolvendo cada vez mais civis e meios urbanos, e no quadro de uma nova tensão nas relações norte-sul (em particular entre a Europa e a África) a respeito das migrações internacionais, a intervenção humanitária muda de sentido e de função. Cada vez mais ela se orienta para o controle e o confinamento dos desenraizados, dos refugiados, dos que reivindicam asilo e de todos os que, em um momento ou outro de sua trajetória, são qualificados de clandestinos. Em sua intervenção, os funcionários da ajuda humanitária lidam com a "vida destituída" dos dependentes de auxílio, tratados como vítimas absolutas e despojados de qualquer inserção social. Entretanto, na clandestinidade ou nos próprios campos, os refugiados tomam a palavra e desenvolvem iniciativas e respostas a seu confinamento, elegendo muitas vezes como alvo as organizações humanitárias governamentais ou da ONU. A linguagem humanitária é, assim, reutilizada ou redirecionada.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Referências

ACNUR – ALTO COMISSARIADO DAS NAÇÕES UNIDAS PARA OS REFUGIADOS. (2000), Les réfugiés dans le monde: cinquante ans d’action humanitaire. Paris, UNHCR/Autrement.

AGAMBEN, Giorgio. (1997), Homo sacer: le pouvoir souverain et la vie nue. Paris, Seuil.

AGIER, Michel. (2002a), “La ville nue: des marges de l’urbain aux terrains de l’humanitaire”. Annales de la recherche urbaine, 93.

AGIER, Michel. (2002b), Au bord du monde, les réfugiés. Paris, Flammarion.

AGIER, Michel. (2003), “Identifications dans l’exil: les réfugiés du camp de Maheba (Zambie)”. Autrepart, 24: 73-89 (Sociétés dans la guerre).

AGIER, Michel & BOUCHET-SAULNIER, Françoise. (2003), “Espaces humanitaires, espaces d’exception”. In: WEISSMAN, F.(org.), A l’ombre des guerres justes: l’ordre international cannibale et l’action humanitaire. Paris, Flammarion, pp. 303-318.

APPADURAI, Arjun. (1996), Modernity at large, cultural dimensions of globalization. Minneapolis, University of Minnesota Press.

BOURDIEU, Pierre. (1993), “La démission de l’État”. In: (dir.), La misère du monde. Paris, Seuil, pp. 219-228.

BOUTEILLET-PAQUET, Daphné. (2002), “Quelle protection subsidiaire dans l’Union européenne?”. Hommes et Migrations, 1238: 75-87.

BRAUMAN, Rony & SALIGNON, Pierre. (2003), “Ikak: la posture du missionnaire”. In: WEISSMAN, F. (org.), A l’ombre des guerres justes: l’ordre international cannibale et l’action humanitaire. Paris, Flammarion, pp. 275-291.

DAVIS, Mike. (1997), City of Quartz: Los Angeles, capitale du future. 1ª edição 1990. Paris, La Découverte.

DUFOUR, Jean-Louis. (2001), “L’armée face à la ville”. Annales de la recherche urbaine, 91: 35-42.

HARDT, Michel & NEGRI, Antonio. (2000), Empire. Paris, Exils.

QUEINNEC, Erwann & RIGAL, Jean. (1995), “Aide alimentaire et carences vitaminiques dans les camps de réfugiés”. In: JEAN, F. (org.), Populations en danger 1995. MSF, La Découverte, pp. 114-120.

RANCIÈRE, Jacques. (1995), La mésentente: politique et philosophie. Paris, Galilée.

RANCIÈRE, Jacques. (2000), “Biopolitique ou politique?”. Multitudes, 1: 88-93.

RIVIÈRE, Philippe. (2002), “L’asile aux antipodes”. Le Monde Diplomatique, Manières de Voir, 62.

Downloads

Publicado

2006-11-01

Edição

Seção

Dossiê - Sociologia da Desigualdade

Como Citar

Agier, M. (2006). Refugiados diante da nova ordem mundial . Tempo Social, 18(2), 197-215. https://doi.org/10.1590/S0103-20702006000200010