A gênese da ciência política Brasileira

Autores

  • Fábio Cardoso Keinert Universidade de São Paulo
  • Dimitri Pinheiro Silva Universidade de São Paulo

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0103-20702010000100005

Palavras-chave:

Ciência política, Grupo geracional, Inovação científica, Fundação Ford, Pensamento político-social

Resumo

O artigo analisa dimensões constitutivas da afirmação, a partir de fins dos anos de 1960, da ciência política no Brasil. Amparada pelo auxílio da Fundação Ford e impulsionada pela iniciativa de um grupo geracional, essa disciplina acadêmica tem sua legitimidade ancorada na reivindicação de uma cultura científica que, em alguns casos, lastrearia a intervenção técnica na transição democrática. Proclamando a ruptura com o padrão de trabalho vigente nas ciências sociais brasileiras, este grupo, entretanto, estabelece continuidades com a tradição nacional de pensamento político-social. A desqualificação de grupos acadêmicos rivais e a evocação do aporte simbólico de uma tradição são duas facetas de um mesmo processo de autonomização disciplinar.

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Publicado

2010-06-01

Edição

Seção

Dossiê - Brasil: Cultura e Sociedade

Como Citar

Keinert, F. C., & Silva, D. P. (2010). A gênese da ciência política Brasileira . Tempo Social, 22(1), 79-98. https://doi.org/10.1590/S0103-20702010000100005