“Tuve la mala suerte de comer en el Ritz": a autobiografia de Victoria Ocampo e a composição do habitus de elite em Buenos Aires em princípios do século XX

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/0103-2070.ts.2022.188475

Palavras-chave:

Victoria Ocampo, História intelectual, Biografia, Distinção, Elites culturais

Resumo

Este artigo revisa a trajetória intelectual de Victoria Ocampo à luz das reflexões de uma história intelectual sociologicamente orientada. Essa abordagem atenta ao papel de Ocampo como testemunha da constituição de um habitus cultivado, central para a composição do campo intelectual argentino. Proponho que três aspectos da autobiografia de Ocampo – o  uso culto de línguas não maternas, a espacialidade urbana de sua criação e seu epistolário – elucidam dispositivos de consagração das atitudes  intelectuais que estão na base da autoimagem da elite argentina do início do século xx e servem como paradigma para uma reflexão sobre a pertinência interdisciplinar do testemunho enquanto observatório de  práticas sociais condensadas nos dispositivos de distinção cultural.

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Biografia do Autor

  • Alexandra Dias Ferraz Tedesco, Universidade do Estado do Rio de Janeiro

    Doutora em História pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp, 2018). Dedica-se  prioritariamente a temas vinculados a História Contemporânea, Teoria da História, História Intelectual e História das Ciências Sociais Latino-americanas. Atualmente é professora adjunta do Departamento de História da UERJ, na área de História Contemporânea. Integra o Laboratório de Pesquisa e Prática de Ensino (LPPE) do IFCH da UERJ e a Comum (Comunidade de Estudos de Teoria da História da UERJ.

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Publicado

2022-08-29

Edição

Seção

Dossiê - Distinção e classe social no mundo contemporâneo

Como Citar

“Tuve la mala suerte de comer en el Ritz": a autobiografia de Victoria Ocampo e a composição do habitus de elite em Buenos Aires em princípios do século XX. (2022). Tempo Social, 34(2), 117-136. https://doi.org/10.11606/0103-2070.ts.2022.188475