Duelos e intelectuais no Brasil (1886-1892)

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/0103-2070.ts.2022.193456

Palavras-chave:

Duelos, Intelectuais, Sociologia da Violência

Resumo

Durante os anos finais do Império e o início da República, o duelo foi  vivenciado como uma moda por um pequeno grupo de homens cultos e socialmente bem-colocados. A sua  análise permite apreender as relações estabelecidas entre as classes sociais e o modo como recursos alternativos à esfera estatal, sobretudo no que se refere ao uso da violência privada,  podiam ser mobilizados para resolver pendências pessoais. Embora potencialmente letal, o duelo serviu menos para reparar a honra  supostamente ferida do que como um meio empregado para aumentar e  assegurar a coesão do grupo mediante sua distinção social.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Marconi Severo, Universidade Federal de Santa Maria

    Doutorando em Ciências Sociais pelo Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais da Universidade Federal de Santa Maria.

Referências

Adorno, Sérgio. (1998), “Conflitualidade e violência: reflexões sobre a anomia na contemporaneidade”. Tempo Social, 10(1): 19-47, jan./jun.

Arendt, Hannah. (2015), Crises da República. São Paulo, Editora Perspectiva.

Assis, Machado de. (1895), “A semana”. Gazeta de Notícias, Rio de Janeiro, 24/03.

Azevedo, Arthur. (1892), “Cartas fluminenses”. O Pharol, Juiz de Fora, 27/03, p. 1.

Barreira, César. (2000), “Massacres: monopólios difusos da violência”. Revista Crítica de Ciências Sociais, 57-58: 169-186, Nov.

Bourdieu, Pierre. (2010), As regras da arte: gênese e estrutura do campo literário. São Paulo, Companhia das Letras.

Braga-Pinto, César. (2014), “Journalists, capoeiras, and the duel in nineteenth-century Rio de Janeiro”. Hispanic American Historical Review, 99 (4): 581-614, Nov./Dec.

Braga-Pinto, César. (2018), A violência das letras: amizades e inimizades na literatura brasileira (1888-1940). Rio de Janeiro, Eduerj.

Brasil. (1886), Anais do Senado do Império do Brasil. Brasília, Secretaria Especial de Editoração e Publicações (transcrição, Livro 5).

Brasil. (1888), Anais do Senado do Império do Brasil. Brasília, Secretaria Especial de Editoração e Publicações (transcrição, Livro 6).

Brasil. (2004), Código Penal da República dos Estados Unidos do Brasil, 1890. Introdução e comentários de Oscar de M. Soares. Ed. fac-similar. Brasília, Senado Federal/STJ.

Britto, Augusto. (1890), “O duelo”. A Estação, Rio de Janeiro, 15/10, p. 84.

Broca, José B. (1961), “Duelos de escritores: Pardal Mallet foi o que mais número travou”. Correio da Manhã, Rio de Janeiro, 20/08.

Carneiro, E. (1891a), “Duelo Assis-Hygino”. Diário de Notícias, Rio de Janeiro, 01/03, p. 2.

Carneiro, E. (1891b), “Duelo: resposta”. Diário de Notícias, Rio de Janeiro, 05/03.

Carvalho, José M. (1996), A construção da Ordem: a elite política imperial e Teatro de Sombras: a política imperial. Rio de Janeiro, Editora UFRJ, Relume-Dumará.

Cervo, Amado L. & Bueno, Clodoaldo. (2011), História da política exterior do Brasil. Brasília, Editora UnB.

Costa, Márcia R. (1999), “A violência urbana é particularidade da sociedade brasileira?”. São Paulo em perspectiva, 13(4): 3-12, Set./Dez.

Cousas do Dia. (1890), Gazeta de Notícias, Rio de Janeiro, 19/12, p. 1.

Crônica da Semana. (1891), Gazeta de Notícias, Rio de janeiro, 08/03, p. 1.

Diário das Câmaras. (1886), Gazeta de Notícias, Rio de Janeiro, 16/09, p. 2.

Editorial. (1886), “Duelo”. Revista Ilustrada, Rio de Janeiro, 20/08, p. 3.

Editorial. (1888), “Duelo”. Gazeta da Tarde, Rio de janeiro, 04/12, p. 1.

Editorial. (1889a), Cidade do Rio, Rio de Janeiro, 29/01, p. 1.

Editorial. (1889b), Gazeta de Notícias, Rio de Janeiro, 28/05, p. 1.

Editorial. (1889c), “Duelo”. O Paiz, Rio de Janeiro, 28/05, p. 1.

Editorial. (1889d), “Duelo”. Cidade do Rio, Rio de Janeiro, 24/09, p. 1.

Eloy, O Herói. (Pseud. A. Azevedo) (1886), “Croniqueta”. A Estação, Rio de Janeiro, 31/08, p. 64.

Eloy, O Herói. (1888a), “De palanque”. Diário de Notícias, Rio de Janeiro, 14/10, p. 1.

Eloy, O Herói. (1888b), “De palanque”. Diário de Notícias, Rio de Janeiro, 29/12, p. 1.

Elias, Norbert. (1994), O processo civilizador: uma história dos costumes. Rio de Janeiro, Jorge Zahar Editor, v. 1.

Elias, Norbert. (1995), Mozart, sociologia de um gênio. Rio de Janeiro, Jorge Zahar Editor.

Elias, Norbert. (1997), Os alemães: a luta pelo poder e a evolução do habitus nos séculos XIX e XX. Rio de Janeiro, Jorge Zahar Editor.

Fagundes, Luciana P. (2016), “E quando é morto o imperador? Batalhas memoriais nos funerais de D. Pedro II (1891)”. Revista M., 1 (1):27-52, Jan./Jun.

Félix, Loiva O. (1987), Coronelismo, Borgismo e cooptação política. Porto Alegre, Mercado Aberto.

Fernandes, Florestan. (2008), A revolução burguesa no Brasil: ensaio de interpretação sociológica. São Paulo, Globo.

Grimm, Thomas. (1891), “Duelo na nossa época”. Gazeta da Tarde, rj, 23/03, p. 2.

Holanda, Sérgio B. (1995), Raízes do Brasil. São Paulo, Companhia das Letras.

Leal, Victor Nunes. (2012), Coronelismo, enxada e voto: o município e o regime representativo no Brasil. São Paulo, Companhia das Letras.

Magalhães, Valentim. (1895), “Pardal Mallet”. A semana, Rio de Janeiro, 16/02, p. 19.

Mallet, Pardal. (1888a), “Duelo”. Cidade do Rio, Rio de Janeiro, 21/07, p. 1.

Mallet, Pardal. (1888b), “Alto lá!” Gazeta de Notícias, Rio de Janeiro, 30/12, p. 3.

Mallet, Pardal. (1890), “Um que parte”. Gazeta de Notícias, Rio de janeiro, 10/07, p. 1.

Miceli, Sergio. (1979), Intelectuais e classe dirigente no Brasil (1920-1945). São Paulo/Rio de Janeiro, Difel.

Michaud, Yves. (1989), A violência. São Paulo, Ática.

Misse, Michel. (1999), Malandros, marginais e vagabundos: a acumulação social da violência no Rio de Janeiro. Tese (Doutorado em Ciências Humanas – Sociologia). Rio de Janeiro, Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro.

Misse, Michel. (2010), “Crime, sujeito e sujeição criminal: aspectos de uma contribuição analítica sobre a categoria ‘bandido’”. Lua Nova, 79: 15-38, Jan./Abr.

Moore Jr., Barrington. (1987), Injustiça: as bases sociais da obediência e da revolta. São Paulo, Brasiliense.

Parker, David. S. (2001), “Law, honor, and impunity in Spanish America: the debate over dueling, 1870-1920”. Law and History Review, 19 (2): 311-341.

Pécaut, Daniel. (1990), Os intelectuais e a política no Brasil: entre o povo e a nação. São Paulo, Editora Ática.

Pierrot (Pseud. Olavo Bilac). (1892), “Vida Fluminense”. O Combate, Rio de Janeiro, 08/03, p. 1.

Pompeia, Raul. (1889), “A vida na Corte”. Diário de Minas, Juiz de Fora, 29/09, p. 2-3.

Pompeia, Raul. (1996), “A vida na Corte”. Diário de Minas, Juiz de Fora, 09/12/1888. In: Pompeia, Raul. Crônicas do Rio. Organização de Virgílio M. Moreira. Rio de Janeiro, Secretaria Municipal de Cultura, p.2-3.

Remedi, José M. R. (2009), “Intelectuais e honorabilidade: o papel dos duelos como forma de pertencimento ao campo social”. Métis, 8 (15): 167-184, Jan./Jun.

Reckziegel, Ana L. G. (1999), A diplomacia marginal: vinculações entre o Rio Grande do Sul e Uruguai (1893-1904). Passo Fundo, UPF Editora.

Rubim, Brás C. (1853), Vocabulário brasileiro para servir de complemento aos dicionários da língua portuguesa. Rio de Janeiro, Tipografia de Paula Brito.

Santos, José V. T., (2004), “Violências e dilemas do controle social nas sociedades da modernidade tardia’”. São Paulo em perspectiva, 18(1): 3-12, Jan./Mar.

Sevcenko, Nicolau. (1999), Literatura como missão: tensões e criação cultural na Primeira República. São Paulo, Brasiliense.

Silva, Ana Carolina F. (2002), “Entre a pena e a espada. Literatura e política no governo de Floriano Peixoto: uma análise do jornal O Combate (1892)”. Cadernos ael, Campinas, 9 (16-17): 137-178, Jan./Dez.

Tarde, Gabriel. (1892), Études pénales et sociales. Paris, G. Masson Éditeur.

Thompson Flores, Mariana F. C. & Arend, Jéssica F. (2017), “Noções de honra e justiça entre as classes populares da fronteira no Brasil meridional na segunda metade do século XIX – estudo de casos”. Aedos, 9 (20): 296-315, Ago.

Thompson Flores, Mariana F. C. & Remedi, José M. R. (2019), “Território neutro: soberanias justapostas e duelos de honra às margens dos estados nacionais sul-americanos de meados do século XIX às primeiras décadas do século XX”. História, 38: 1-25, Jan./Dez.

Velho, Gilberto. (1982), “Violência e relações sociais: a questão da diferença”. Revista de Ciências Sociais, 12-13(1-2): 5-9, Jan./Dez.

Vellasco, Ivan A. & Sutil, Séfora S. (2017), “Honra, litigiosidade e justiça: os crimes de honra na região de Formiga/Minas Gerais (1807-1875)”. Aedos, 9 (20): 276-295, Ago.

Weber, Max. (2007), Ciência e política: duas vocações. São Paulo, Cultrix.

Wieviorka, Michel. (1997), “O novo paradigma da violência”. Tempo Social, 9(1): 5-41, Jan./Jun.

Y. (Pseud. Raul Pompeia). (1892), “Lembranças da Semana”. Jornal do Commercio, Rio de Janeiro, 15/03, p. 1.

Downloads

Publicado

2022-12-28

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

Duelos e intelectuais no Brasil (1886-1892). (2022). Tempo Social, 34(3), 375-402. https://doi.org/10.11606/0103-2070.ts.2022.193456