Brasília classificada: novos espaços de classe média na capital federal

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/0103-2070.ts.2019.151261

Palavras-chave:

Brasília, Classificação do espaço, Expansão urbana, Classe média

Resumo

Este artigo tem como proposta pensar aspectos do “fazer-cidade” (Agier, 2015) a partir do estabelecimento de áreas residenciais destinadas a membros das camadas médias em Brasília. Iniciamos com uma discussão acerca da história de proposição e ocupação residencial do Plano Piloto para em seguida pensar com base em duas experiências de trabalho de campo antropológico vividas em anos recentes, notadamente nos condomínios horizontais estabelecidos no início do presente século e no recém-inaugurado Setor Noroeste, cuja construção foi possibilitada pelo Plano Diretor de Ordenamento Territorial aprovado em 2009. O argumento central é que, em seu processo de consolidação e expansão, a “nova capital” brasileira vem se caracterizando, cada vez mais, pela condição de classe de seus moradores, em processo que denominamos de classificação do espaço.

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Biografia do Autor

  • Cristina Patriota de Moura, Universidade de Brasília

    Professora associada do Departamento de Antropologia da Universidade de Brasília.

  • Vinicius Prado Januzzi, Universidade de Brasília

    Doutorando no Programa de Pós-graduação em Antropologia Social do Departamento de Antropologia da Universidade de Brasília.

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Publicado

2019-04-17

Edição

Seção

Dossiê: Pensar a cidade (no Brasil): Espaços e tempos

Como Citar

Brasília classificada: novos espaços de classe média na capital federal. (2019). Tempo Social, 31(1), 113-134. https://doi.org/10.11606/0103-2070.ts.2019.151261