A CAIXA PRETA, DE AMÓS OZ: CONSIDERAÇÕES SOBRE A SOCIEDADE ISRAELENSE A PARTIR DO FIM DA HEGEMONIA ASHKENAZITA
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2179-5894.ipPág.%2074-91Resumo
A unidade formal da obra A Caixa-Preta (1987), de Amós Oz, é alinhavada ao mesmo tempo por um plano dramático, o qual se dá, basicamente, por meio de cartas entre personagens em embate emocional e ideológico, em cujo palco o ressentimento é seu elemento central, e por um plano histórico subterrâneo, no qual o autor monta, por meio dessas “cartas-peças”, um painel social, religioso e político de Israel a partir dos anos 1970. É por meio desse embate entre os personagens principais que A Caixa-Preta, metáfora de uma Israel dividida e complexa, faz emergir em sua polifonia um retrato da sociedade em seus aspectos gerais e tipificados, mas também permite o vislumbre de identidades e projetos nacionais diversos numa Terra/Nação em constante transe.