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  • Dossiê 48: Produção, circulação, leitura e ensino de literatura: perspectivas ibero-afro-americanas

    2024-03-28

    Partindo do pressuposto de que a literatura é um direito humano, escrever e ler literatura são atividades que favorecem os processos de constituição e reconstituição de nossas identidades individuais e coletivas, promovendo cidadania e nos ajudando a viver, conforme identifica Michèle Petit. Em contextos institucionais, em especial nas escolas e universidades, a literatura ganha sistematização e contornos didáticos, demandando reflexões e práticas orientadas por objetivos e metodologias que devem dialogar com os desafios apresentados por diferentes contextos históricos e comunitários.

    Nesse sentido, ao tratarmos de questões relativas à leitura literária, devemos considerar que a experiência dos/as leitores/as com o texto é permeada por uma complexidade de fatores que garantem mais ou menos a efetividade desse encontro em direção à produção de sentidos e ao senso de pertencimento social. Daí a importância de pesquisas que levem em conta os aspectos contextuais que dizem respeito à produção literária e à circulação e recepção dos textos especialmente na esfera do ensino, essencial para o acesso das classes mais empobrecidas à literatura em realidades como a latino-americana e a de países africanos, nas quais as marcas da colonização se fazem presentes até os dias atuais.

    Neste número da Revista Via Atlântica, serão publicados artigos que, atentos às especificidades dos contextos ibero-afro-americanos - contextos de ameaça constante à democracia, maior ou menor escassez de políticas públicas, dificuldade de acesso a livros e bibliotecas, entre outros aspectos políticos e sociais -, abordem temas que permitam discutir experiências construídas a partir dos objetos literários, no tocante à sua produção, circulação e/ou recepção. Entre esses temas, merecem destaque: leitura e escrita de literatura em espaços institucionais; leitura e escrita literárias e autoatualização; formação de professores de literatura; educação literária e desafios contemporâneos; estratégias de mediação do texto literário; curadoria de autores e textos; literatura e políticas públicas; literatura e práticas emancipatórias; literatura e marcadores sociais da diferença; projetos de promoção e difusão da leitura; oficinas de escrita literária; leitura subjetiva; experiências de leitores empíricos.

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  • Dossiê 47: Angola: acervo, memória e literatura

    2023-10-06

    As fontes de informação em literatura constituem referências significativas sobre o que está registrado sob a forma do livro em papel ou no mundo virtual, possibilitando que a partir delas se possa historicizar, compreender ou mesmo reinventar o objeto literário.

    Ao contemplar uma larga gama de disciplinas, que abrangem desde a Crítica Genética até a História Literária, o trabalho com documentação no campo literário abre numerosas veredas/disciplinas que abrangem desde a Crítica Genética na medida em que ela permite elaborar uma leitura da obra não a partir do produto divulgado – a publicação do livro -, mas também dos processos de escrita, com seus rascunhos e versões, favorecendo a subversão de noções como as de progresso, originalidade ou mesmo a revisão de biografias. Da mesma forma, o estudo de acervos literários e da correspondência entre autores e/ou críticos propicia que se tracem as redes de sociabilidade no campo literário, assim como os caminhos de processos de criação e da expressão autobiográfica

    Um olhar sobre a área das Literaturas Africanas, especialmente na literatura angolana, revela-nos que, a despeito esses múltiplos caminhos de trabalho, têm sido escassas as pesquisas com base em fontes primárias, certamente por  existirem poucos documentos à disposição dos pesquisadores, seja em razão das adversidades históricas, seja por os documentos estarem em mãos de particulares. Abrir espaço para trabalhos que tenham conseguido romper essa limitação é o sentido do dossiê “Angola: acervo, memória e literatura”.

    Neste número 47 da revista Via Atlântica, acolheremos artigos teórico-críticos inéditos que reflitam sobre o trabalho com fontes literárias e que abordem temas associados, tais como: Arquivos e literatura; Literatura e/em periódicos; História literária; Crítica genética.

    ORGANIZAÇÃO: Ana Paula Tavares (CLEPUL/FLUL/Universidade de Lisboa), Tania Macêdo (DLCV/USP) e Debora Leite David (CLEPUL/FLUL/Universidade de Lisboa).                

    PRAZO PARA O ENVIO DOS TRABALHOS:  até 30 de abril de 2024.

     

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