A Instrumentalina de Lídia Jorge e o veículo da mudança

Autores

  • Elisangela Aneli Ramos de Freitas Universidade de São Paulo

DOI:

https://doi.org/10.11606/va.i39.181168

Palavras-chave:

Instrumentalina, Lídia Jorge, Salazarismo

Resumo

Uma onírica bicicleta, a Instrumentalina, será o objeto eleito pela narradora para embarcar em uma viagem à sua infância e a Portugal, a partir do relato da traumática partida de seu tio Fernando. Todos esses elementos fazem parte do universo diegético do conto A Instrumentalina (1992), como também são os componentes do romance A Manta do Soldado (1998), que na construção de uma narrativa que mostra, através das memórias pessoais da narradora, uma sociedade portuguesa rural e agonizante nos anos finais da ditadura de Salazar. O objetivo desta análise foi delinear a forma como a Instrumentalina constrói-se como símbolo, para falar da estagnação social vivida e experimentada em Portugal.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Elisangela Aneli Ramos de Freitas, Universidade de São Paulo

    Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Literatura Portuguesa na Universidade de São Paulo.

Referências

BACHELARD, Gaston. A poética do espaço. São Paulo: Martins Fontes, 2008.

BARRETO, Antonio. Tempo de incerteza. Lisboa: Relógio d’água, 2003.

BRIDI, Marlise Vaz. Modernidade e pós-modernidade na ficção portuguesa contemporânea. Todas as letras, n. 7, 2005, pp. 75-81.

CORTÁZAR, Julio. América Latina: exílio e literatura. In: CORTÁZAR, Julio. Obra crítica 3. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2001, p. 146-154.

CORTÁZAR, Julio. Alguns aspectos do conto. In: CORTÁZAR, Julio. Valise de cronópio. São Paulo: Perspectiva, 2013.

DUNDER, Mauro. Entre prodígios, murmúrios e soldados: o romance de Lídia Jorge. Tese (Doutorado em Literatura Portuguesa) - Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, 2013. doi: 10.11606/T.8.2013.tde-14022014-122111. Acesso em 20 jan. 2021.

FERREIRA, Ana Paula. Donning the “Gift” of Representation: Lídia Jorge’s A Instumentalina. Portuguese Literary & Cultural Studies, 2, 1999, pp. 99-112.

HOLTON, Kimberly DaCosta. Dinâmicas migratórias em O Vale da Paixão. In: FERREIRA, Ana Paula (org.). Para um leitor ignorado: ensaios sobre O Vale da Paixão e outras ficções de Lídia Jorge. Lisboa: Texto Editores, 2009.

JORGE, Lídia. A Manta do Soldado. Rio de Janeiro: Record, 2003.

JORGE, Lídia. A instrumentalina. São Paulo: Peirópolis, 2016.

LOURENÇO, Eduardo. Portugal – Identidade e Imagem. In: LOURENÇO, Eduardo. Nós e a Europa ou as duas razões. Lisboa: Imprensa Nacional Casa da Moeda, 1988.

PAZ, Octavio. A imagem. In: PAZ, Octavio. Signos em rotação. São Paulo: Perspectiva, 1996.

PEREIRA, Victor. A ditadura de Salazar e a emigração. Lisboa: Temas e debates, 2014.

RICOEUR, Paul. Teoria da interpretação: o discurso e o excesso de significação. Lisboa: Edições 70, 2009.

SANTOS, Vanda. O discurso oficial do Estado sobre a emigração dos anos 60 a 80 e imigração dos anos 90 à actualidade. Lisboa: Observatório da Imigração, 2004.

SILVA, Augusto Santos. A mudança em Portugal, nos romances de Lídia Jorge: esboço de interpretação sociológica de uma interpretação literária. Sociologia, Revista da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, Vol. XXIV, 2012, pp. 11-33.

Downloads

Publicado

2021-09-20

Edição

Seção

Dossiê 39: Literatura, feminismos e história: imbricações possíveis

Como Citar

FREITAS, Elisangela Aneli Ramos de. A Instrumentalina de Lídia Jorge e o veículo da mudança. Via Atlântica, São Paulo, v. 22, n. 1, p. 39–70, 2021. DOI: 10.11606/va.i39.181168. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/viaatlantica/article/view/181168.. Acesso em: 23 abr. 2024.