O plus ultra e o amor n'Os Lusíadas

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/va.i42.195519

Palavras-chave:

Os Lusíadas, epopeia, plus ultra, ilha namorada, amor

Resumo

Este artigo analisa as forças centrífugas que organizam a epopeia de Camões, asseguram a vitória sobre os obstáculos representados ou referidos pelo Velho do Restelo, Gigante Adamastor e Baco, e coroam o desfecho da narração do poema, ocorrido na “ilha namorada”, quando Vasco da Gama e seus companheiros se unem às ninfas e consumam a simbiose entre homens e “aquáticas donzelas”, filhas do Oceano. Propõe-se uma leitura retórico-poética d’Os Lusíadas (1572), avessa aos critérios românticos, psicológicos, burgueses e ilustrados que naturalizam tabus e paradigmas incompatíveis com as práticas letradas portuguesas do século XVI.

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Biografia do Autor

  • Marcelo Lachat, Universidade Federal de São Paulo

    Professor adjunto do Departamento de Letras da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), atuando também no `Programa de Pós-Graduação em Letras da Unifesp e no Programa de Pós-Graduação em Estudos Comparados de Literaturas de Língua Portuguesa da Universidade de São Paulo (USP).

  • Cleber Vinicius do Amaral Felipe, Universidade Federal de Uberlândia

    Professor adjunto do Instituto de História da Universidade Federal de Uberlândia (UFU).

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Publicado

2022-12-15

Edição

Seção

Dossiê 42: Os Lusíadas 450 anos

Como Citar

LACHAT, Marcelo; FELIPE, Cleber Vinicius do Amaral. O plus ultra e o amor n’Os Lusíadas. Via Atlântica, São Paulo, v. 23, n. 2, p. 7–38, 2022. DOI: 10.11606/va.i42.195519. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/viaatlantica/article/view/195519.. Acesso em: 19 abr. 2024.