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Artigo mostra a trajetória de uma celebridade e o enfrentamento da opressão social de hoje

Release de Margareth Artur para o Portal de Revistas da USP, São Paulo, Brasil

Estamos vivendo momentos de muitas mudanças em todos os aspectos da vida no planeta. Algumas delas provocadas pela disseminação da Covid 19, que afetaram não só a saúde, como a economia, o aumento do desemprego e da fome. Nesse contexto, descortina-se, diante da sociedade brasileira, as reivindicações constantes das minorias por mudanças reais que, para serem realizadas, faz-se urgente a conscientização de todos, no sentido de questionar-se tudo o que consideramos como normal. Derrubar preconceitos no dia a adia não é tão simples como pode parecer.

Para isso, a população afetada precisa participar, de fato, e com veemência, de movimentos que extirpem ações, leis, normas e atitudes que esbarrem em obstáculos, seja quais forem, para negros, indígenas, mulheres, para quem escolhe uma sexualidade não padronizada, citando apenas alguns segmentos da sociedade brasileira. Carneiro e Simões, autoras do artigo da revista Rumores abordamos gritos de protesto das minorias, por exemplo, que normalmente são abafados pelos familiares, pelas instituições, pelos governos e pelas mídias sociais, sim, pois há modelos a seguir para o indivíduo se sentir protegido, amado, enfim, normal, aceito, seja pela aquisição de bens materiais, pela roupa da moda, pela cor da pele, pelo cabelo loiro padrão, pelo corpo malhado, e, de preferência, magro.

 O artigo foca em na análise do preconceito enfrentado corajosa e escancaradamente, de alguém famoso, com total penetração nas mídias, e por isso representativo da luta contra preconceitos. O objetivo do texto é “analisar como a dimensão acontecimental de uma figura pública (e seu poder hermenêutico) pode configurá-la como o que nomeamos celebridade-resistência, contrapondo-se a opressões sociais e evidenciando valores progressistas”. A figura pública escolhida é a cantora Preta Gil, partindo de suas “ações materializadas em seu perfil no Instagram”. 

Por que Preta Gil? Porque ela reúne três características que vão contra aos valores tidos como corretos e incontestes política, social e culturalmente e, por sua luta, muitos se inspiram e respaldam-se para poderem agir de forma não convencional perante bullings. Ela se mostra ao mundo, aceita-se como é e, consequentemente, é aceita e, se não for, não é problema dela. O lema da cantora é a resistência. As autoras propõem uma reflexão sobre essa figura pública como uma celebridade-resistência quando atesta e sustenta sua raça, peso e sexualidade. 

A escolha do tema e da personagem do artigo foi pela expressiva visibilidade da figura de Preta Gil como oposição a “outros traços constituidores da sociedade contemporânea, forjados e sustentados por uma estrutura do ódio que se constitui a partir da categoria do ‘outro’”. As autoras ressaltam que não se pode menosprezar a “linha tênue que separa as realizações das celebridades como potencialmente atos de resistência” das atitudes e condutas duvidosas, não éticas, verdadeiras armações e truques de famosos que visam apenas aos fins mercadológicos. E esse não é o caso de algumas celebridades, como a Preta Gil, entre outros.

Artigo

CARNEIRO, D. C. B.; SIMÕES, P. G. Em ação, uma celebridade-resistência: Preta Gil e os valores contemporâneos. RuMoRes, São Paulo, [S. l.], v. 15, n. 30, p. 35-56, 2022. ISSN: 1982-677X. DOI: http://doi.org/10.11606/issn.1982-677X.rum.2021.184340. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/Rumores/article/view/184340. Acesso em: 06 jan. 2022.

Contatos

Dayana Cristina Barboza Carneiro -Doutoranda em Comunicação Social pela UFMG e pesquisadora do Grupo de Pesquisa em Imagem e Sociabilidade (GRIS). barboza.dayana@gmail.com

Paula Guimarães Simões – Professora do Programa de Pós-Graduação em Comunicação da UFMG e coordenadora do GRIS. paulaguimaraessimoes@yahoo.com.br

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