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Artigo nos revela As aventuras de Nhô Quim como o marco histórico dos quadrinhos no Brasil e no mundo




Capítulo 1 de Aventuras de Nhô-Quim. Disponível em: https://bityli.com/ykLal. Reprodução.

Release de Margareth Artur para o Portal de Revistas da USP, São Paulo, Brasil

O mundo está cada vez mais visual, a informação escrita vem caminhando lado a lado com a imagem, em todos os meios de comunicação podemos constatar esse fato. Partindo do princípio que o ser humano conta com uma inata predisposição em ouvir histórias, contá-las, recontá-las, criar, ler histórias, e, hoje, mais do que nunca, as pessoas gostam de “ver” histórias. Estamos nos referindo a narrativas contadas por textos e imagens, cuja linguagem mais representativa é a que se encontra nas histórias em quadrinhos. Como surgiram, quem as criou? O artigo da revista 9ª Arte nos conta um pouco do personagem pioneiro das histórias em quadrinhos no Brasil, Nhô Quim e seu criador, o ítalo-brasileiro Angelo Agostini.

Os autores do artigo nos contam que As aventuras de Nhô Quim é a história em Quadrinhos publicada no Brasil na revista Vida Fluminense, em 30 de janeiro de 1869, muito antes, diferentemente do que se pensava, dos americanos publicarem histórias na linguagem dos quadrinhos. As HQ, como usualmente são conhecidas, estabeleceram-se como um instrumento de diversão incomparável para crianças e adultos, “conquistando cada vez mais espaço em escolas, nas bibliotecas, nas residências, na mídia e nas universidades”, sem contar a importância dessa linguagem como instrumento de informação receptivo ao leitor quando se trata de discutir e desmistificar questões como preconceitos de cor, raça, estigmas relacionados a deficiências de toda espécie, bullings e outros temas.

Imagens também contam histórias e registram fatos e costumes de civilizações humanas:“Desenhos e imagens são usados até hoje para reproduzir o trajeto dos homens santos nas paredes e tetos das igrejas.” Histórias em quadrinhos reúnem arte, compromisso com a realidade, diversão e cultura. O artigo ressalta a importância de outros criadores na evolução dos quadrinhos, como o suíço Rudolf Töpffer com Histoire de Mr. Jabot, de 1833 e do alemão Willhelm Busch, com Max und Moritz, de 1865, traduzidos no Brasil por Juca e Chico. Porém, somente nas décadas de 1950 e 1960 as histórias em quadrinhos ganharam “o ritmo e o modelo das atuais”. Maurício de Sousa e Ziraldo Alves Pinto são os cartunistas mais representativos, hoje, dos quadrinhos infantis, reconhecidos mundialmente.

Uma história em que há a aliança da imagem com o texto “ganha vida” e configura-se como uma importante função de comunicação. Os quadrinhos são fonte de conhecimento, cultura, diversão e arte no mundo todo. No Brasil são conhecidos como “gibis”; no Japão como “mangás”; em países de língua inglesa temos os “comics”; e na Itália os “fummetti”. Os autores discorrem sobre os vários tipos de quadrinhos, vários autores, pertinentes a cada época, a cada situação e complexidades relacionadas às questões do ser e do mundo. Os quadrinhos brasileiros acompanharam, testemunharam, divulgaram e denunciaram questões sociais, políticas, econômicas e culturais de cada momento da história brasileira,A linguagem das histórias em quadrinhos, a narrativa, as linguagens verbais e não verbais, o uso do recurso do balão de texto, o emprego da expressão anatômica, a cenografia, a escolha das cores são abordagens pertinentes sobre o tema do artigo.

Os autores concluem que, sem desmerecer outros cartunistas, como Outcault “com o seu genial Yellow Kid”, o artigo se propõe a mostrar a relevância de cartunistas e artistas como Angelo Agostini “que se não era brasileiro no sangue o era por opção”, pioneiro na arte dos quadrinhos, encantando públicos de todas as idades e proporcionando ao leitor “sonhos, aventuras, humor e olhar crítico sobre o mundo”. Clamada pelos autores “como uma verdadeira história em quadrinhos”, As Aventuras de Nhô Quim ou Impressões de Uma Viagem à Corte viajou o mundo e foi consagrada tanto por ser uma obra pioneira no gênero como também, aqui no Brasil, por contar a história de um personagem representativo interiorano, ingênuo e desastrado, dando margem para que o Angelo Agostini se posicione criticamente diante dos graves problemas que aparecem nos centros urbanos brasileiros, principalmente os socias, os culturais e os políticos.

Artigo

SMARRA, A. L. S.; LOTUFO, C. A.; SILVA, L. F. da; GOMES, N. dos S. As aventuras de Nhô Quim: O Marco Histórico dos Quadrinhos no Mundo. 9ª Arte, São Paulo, v. 9, n. 2, p. 15-41, 2021. DOI: https://doi.org/10.11606/2316-9877.2021.v9i2.153373 Disponível em: https://www.revistas.usp.br/nonaarte/article/view/153373. Acesso em: 26 jan. 2022.

Contatos

André Luis Soares Smarra – Professor da Universidade Estácio de Sá e especialista em Fisiologia Humana, Educação e Gestão Ambiental pelo Conselho Regional de Biologia – CRBio. e-mail: andre@smarra.com.br 

Cesar Augusto Lotufo -Arqueólogo pela Universidade Estácio de Sá nas áreas de Arqueologia e Meio Ambiente, com os temas: Rio de Janeiro, Culturas Tradicionais, Histórias em Quadrinhos, Responsabilidade Socioambiental e Gestão Ambiental. e-mail: lotufocesar@gmail.com

Luciano Filizola da Silva – Advogado e professor auxiliar I da Faculdade Signoreli e do Centro Universitário Augusto Motta. e-mail: lucianofilizola1976@gmail.com

Nataniel dos Santos Gomes –Professor da Graduação e do Programa de Pós-Graduação em Letras da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul. e-mail: natanielgomes@uol.com.br

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