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Quais os sintomas e consequências de trabalhar sentado(a) o dia todo?

Release de Margareth Artur para o Portal de Revistas da USP, São Paulo, Brasil

Quem trabalha sentado(a) o dia todo, principalmente em locais em que predominam setores administrativos, precisa movimentar as pernas, os braços para poder prevenir as dores, problemas ou transtornos causados pela falta de cuidados com o corpo. A vida sedentária, comprovadamente, traz consequências que impedem o trabalhador de usufruir de uma boa qualidade de vida. O artigo da Revista de Saúde Pública destaca a alta prevalência de distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho (DORT), considerando urgente o reconhecimento dos aspectos eles relacionados e seus motivadores.Além disso, existe um crescente interesse no reconhecimento dos efeitos que a postura sentada, por tempo prolongado, causa à saúde dos indivíduos.

A posição de estar-se sentado é cada vez mais frequente nos postos de trabalho, o que vem estimulando pesquisadoresa avaliar, em relação à quantidade, à aceitabilidade, à viabilidade e às percepções, pelos trabalhadores de escritório, a importância do uso de “estações de trabalho sit-stand”, as quais facilitam o “movimentar-se” do indivíduo durante o expediente de trabalho, alternando o ficar sentado com o ficar em pé, andando ou alongando o corpo.

Os autores do artigo têm como intuito trazer ao leitor um estudo sobre a problemática, do qual participaram 451 trabalhadores de instituição pública federal na região Sul do país, investigadas as características sociodemográficas, comportamentais, ocupacionais e de saúde, visando avaliar a predominância de Sintomas Osteomusculares – SO “em profissionais de setores e administrativos que trabalham predominantemente na postura sentada”.

Foram consideradas, na pesquisa, as variáveis sexo feminino, índice de capacidade para o trabalho baixo e moderado, uso de medicamentos e circunferência da cintura em risco que “tiveram associação significativa com o aumento da média de sintomas; já a escolaridade com ensino técnico atuou como fator de proteção”. Foram ouvidas pessoas com idade entre 18 e 59 anos que tivessem cursado pelo menos até o quinto ano do ensino fundamental, trabalhado pelo menos seis meses na instituição pública analisada e atuado em setores administrativos na postura sentada há pelo menos seis meses. 

A questão da saúde física no trabalho é muito séria, sendo uma área da saúde pública que trata das relações entre trabalho e saúde, “com dimensões sociais, políticas e técnicas indissociáveis”. Essa área da saúde foi integrada pelo Sistema Único de Saúde (SUS) depois de muitas dificuldades, ainda a serem vencidas. Hoje há maior conscientização a respeito das consequências nocivas do sedentarismo, seja ele na vida em família, no convívio social, mas sobretudo no período de trabalho, no qual, geralmente, passe-se o maior tempo do dia, confirmando-se a importância de detectar-se quais os aspectos predominantes dos “sintomas osteomusculares (SO) desses trabalhadores, possibilitando uma abordagem preventiva e intervencionista mais eficiente”.

Uma medida de proteção a doenças relacionadas ao problema é a reabilitação dos trabalhadores, lançando mão de “adaptações físicas no local de trabalho  e ajustes/mudanças na organização das atividades”, tais como contar com orientação de profissionais da saúde especializados, movimentar o corpo a cada hora, implementar-se ginástica laboral em empresas e instituições, com “exercícios específicos  para o sistema osteomuscular”, no intuito de promover maior circulação sanguínea e, dessa maneira, proporcionar equilíbrio no trabalho cotidiano, evitando-se, assim, “o impacto dessa condição na saúde pública”. 

Artigo

LOPES, A. R.; TRELHA, C. S.; ROBAZZI, M. L. do C. C.; REIS, R. A.; PEREIRA, M. J. B.; SANTOS, C. B. dos. Fatores associados a sintomas osteomusculares em profissionais que trabalham sentados.Revista de Saúde Pública, São Paulo, v. 55, n. 2, 2021. ISSN: 1518-8787. DOI: https://doi.org/10.11606/s1518-8787.2021055002617. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/rsp/article/view/183903. Acesso em: 13 abr. 2021.

Contatos

Anália Rosário Lopes – Universidade Federal da Integração Latino-Americana, Instituto Latino-Americano de Ciências da Vida e da Natureza. e-mail: analia.lopes@unila.edu.br  

Celita Salmaso Trelha -Universidade Estadual de Londrina, Departamento de Fisioterapia, PR.

Maria Lúcia do Carmo Cruz Robazzi-Universidade de São Paulo, Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto, Departamento de Enfermagem Geral e Especializada, Ribeirão Preto, SP.

Roberta Alvarenga Reis – Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Faculdade de Odontologia, Departamento de Odontologia Preventiva e Social, Porto Alegre.

Maria José Bistafa Pereira -Universidade de Ribeirão Preto Campus Ribeirão, Programa de Mestrado Profissional Educação em Saúde, Ribeirão Preto, SP.

Claudia Benedita dos Santos -Universidade de São Paulo, Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto, Departamento de Enfermagem Materno Infantil e Saúde Pública, Ribeirão Preto, SP.

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