Crônica post mortem: a vida e a obra de Primitivo Moacyr pela memória de Afonso D’Escragnolle Taunay

Autores

DOI:

https://doi.org/10.1590/1982-02672021v29e51

Palavras-chave:

Afonso Taunay, Primitivo Moacyr, Lugar de memória

Resumo

Este trabalho tem por intuito apresentar reflexões sobre a crônica fúnebre de Afonso D’Escragnolle Taunay sobre Primitivo Moacyr, publicada no Jornal do Commercio em outubro de 1942. Problematizamos o texto como objeto histórico nos debruçando sobre as condições e hipóteses inspiradas pela leitura. A crônica é entendida como produto, lugar de memória e como objeto impresso circunscrito à cultura material brasileira, sendo assim, colabora com a compreensão da relação da escrita com a memória e dialoga com o espaço no qual circulou e fora lida, atuando como discurso de verdade e podendo modificar, historicamente, as referências que os sujeitos possuem do passado. A crônica de Taunay contribui para o entendimento das redes de sociabilidades, dos valores incutidos no contexto e do que sabiam e pensavam sobre o protagonista. A existência de tal escrito ilumina o lugar de Moacyr como intelectual na produção das pesquisas sobre a história da educação brasileira.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Rosana Areal Carvalho, Universidade Federal de Ouro Preto

    Doutora em ciências humanas pela Universidade de São Paulo (USP), com pós-doutorado em história da educação pelo Grupo de Estudos e Pesquisa em História da Educação da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Professora do Departamento de Educação e do Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGE) da Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop) e pesquisadora na área de história da educação: instituições e sujeitos escolares, educação e política, intelectuais. Coordena o Grupo de História da Educação da Ufop e participa do Gephe/FAE/UFMG.
    E-mail: <rosanareal@ufop.edu.br>

  • Raphael Ribeiro Machado, Universidade Federal de Ouro Preto

    Doutorando em educação pelo PPGE/Ufop. Mestrado em educação tecnológica pelo Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (Cefet-MG). E-mail: <machado.ribeiro.raphael@gmail.com>

Referências

FONTES IMPRESSAS

A NOTÍCIA, Rio de Janeiro, ano 3, n. 284, p. 2, 28 nov. 1896.

A REVOLTA: informações e pormenores. O Paiz, Rio de Janeiro, ano IX, n. 4147, p. 1, 14 set. 1893.

ACADEMIA BRASILEIRA. Jornal do Commercio, Rio de Janeiro, ano 116, n.10, p. 6, 11 out. 1942.

ALFANDEGA: movimentos do norte. Correio da Manhã, Rio de Janeiro, ano VIII, n. 2742, p. 7, 17 jan. 1909.

ANNAES DA CÂMARA DOS DEPUTADOS. Primeira sessão da Segunda Legislatura: sessões de 01 a 31 de outubro de 1894. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1895. v. 6.

ALBUQUERQUE JÚNIOR, Durval Muniz de. De amadores a desapaixonados: eruditos e intelectuais como distintas figuras de sujeito do conhecimento no Ocidente. Trajetos, Fortaleza, v. 3. n. 6, p. 43-66, 2005.

BEZERRA, Andrade. Pelos estudos das humanidades. Correio da Manhã, Rio de Janeiro, ano XIX, n. 7521, p. 2, 2 out. 1919.

BREFE, Ana Claudia Fonseca. O Museu Paulista: Afonso de Taunay e a memória nacional, 1917-1945. São Paulo: Editora Unesp, 2005.

CÂMARA DOS DEPUTADOS. O Paiz, Rio de Janeiro, ano XI, n. 3878, p. 1-2, 15 maio 1895.

CAVALCANTI, Amaro. Ministério da Justiça e Negócios Interiores. Relatório apresentado ao Presidente da República do Estados Unidos do Brazil. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1898.

CONGRESSO NACIONAL. Jornal do Commercio, Rio de Janeiro, ano 73, n. 115B, p. 2, 10 maio 1895.

CURIÓ: antonymias bizarras. D. Quixote, Rio de Janeiro, ano 2, n. 70, p. 18, 11 set. 1918.

DEBATES na Camara. A Federação: Orgam do Partido Republicado, Porto Alegre, n°228, p. 1, 1903.

DR. LUIZ VIANNA. Cidade do Rio: Jornal da Tarde, Rio de Janeiro, ano XI, n. 178, p. 1, 27 jul. 1899.

ENTERROS. Jornal do Commercio, Rio de Janeiro, ano 116, n. 7, p. 4, 8 out. 1942.

FALLECIMENTO. A Imprensa, Rio de Janeiro, ano 3, n. 683, p. 1, 20 ago. 1900.

FALLECIMENTO. Monitor Campista, Campos dos Goytacazes, ano 64, n. 191, p. 1, 21 ago. 1900.

FALLECIMENTO. A Notícia, Rio Janeiro, ano 7, n. 194, p. 2, 21 ago. 1900.

FERREIRA, Antonio Gonçalves. Ministério da Justiça e Negócios Interiores. Relatório apresentado ao Presidente da República dos Estados Unidos do Brazil. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1895.

FON-FON! Na Suissa. FON-FON!, Rio de Janeiro, ano IV, n. 37, p. 28, 10 set. 1910.

JOSÉ, José Antonio. Pall-Mall-Rio. O Paiz, Rio de Janeiro, ano XXXII, edição n. 11603, p. 2, 14 jul. 1916.

MARQUEZ DE VERNIZ. Elegampcias. D. Quixote, Rio de Janeiro, ano 3, n. 91, p. 12, 5 fev. 1919.

MARQUEZ DE VERNIZ. Elegampcias. D. Quixote, Rio de Janeiro, ano 3, n. 94, p. 12, 26 fev. 1919.

NOTAS MUNDANAS: Primitivo Moacyr. O Jornal, Rio de Janeiro, XXIV, n. 7154, p. 4, 4 out. 1942.

O AVISO de 22 de julho. Gazeta de Notícias, Rio de Janeiro, ano XIX, n. 207, p. 1, 27 jul. 1893.

O BANQUETE oferecido ao Dr. Luiz Vianna. A Imprensa, Rio de Janeiro, ano II, n. 295, p. 1, 28 jul. 1899.

O CONCURSO na Camara. O Século, Rio de Janeiro, ano 1, n. 113, p. 1, 28 dez. 1906.

O CONCURSO na Camara. O Século, Rio de Janeiro, ano 1, n. 115, p. 3, 31 dez. 1906.

REGISTRO. Jornal do Commercio, Rio de Janeiro, ano 116, n. 3, p. 5, 3 out. 1942.

REGISTRO: Dr. Primitivo Moacyr. Jornal do Commercio, Rio de Janeiro, ano 116, n. 4, p. 7, 4 out. 1942.

TAUNAY, Afonso D’Escragnolle. Preito de muita saudade. Jornal do Commercio, Rio de Janeiro, ano 116, n. 22, p. 2, 25 out. 1942.

TAUNAY, Afonso D’Escragnolle. Preito de muita saudade. Mensario do Jornal do Commercio, v. 1, t. 20, n. 58, p.117-120, out. 1942.

TELEGRAMAS. O Século, Rio de Janeiro, IV, n. 1024, p. 1, 23 dez. 1909.

LIVROS, ARTIGOS E TESES

ARIÈS, Philippe. Sobre a história da morte no Ocidente desde a Idade Média. Lisboa: Teorema, 1998.

BORGES, Jorge Luis. Funes, o memorioso. In: Prosa Completa. Barcelona: Bruguera, 1979. p. 477-484.

BOSI, Ecléa. Memória e sociedade: lembranças de velhos. São Paulo: Companhia das Letras, 1994.

BRASIL. Documentos parlamentares. Rio de Janeiro: Jornal do Comércio, 1918. v. 2.

BRÖNSTRUP, Gabriela D’Ávila. Um ofício polivalente: Rodolfo Garcia e a escrita da história (1932-1945). 2015. Dissertação (Mestrado) – Faculdade de Ciências e Letras, Universidade Estadual Paulista, Assis, 2015.

CARVALHO, Rosana; MACHADO, Raphael. A história da educação brasileira na produção de Primitivo Moacyr. Revista de História e Historiografia da Educação, Curitiba, v. 2, n. 4, p. 147-169, 2018. Doi <http://dx.doi.org/10.5380/rhhe.v2i4.55469>.

CARVALHO, Rosana; MACHADO, Raphael. Primitivo Moacyr e a produção historiográfica: entre o modus operandi do IHGB e a chancela do INEP. Acta Scientiarum: Education, Maringá, v. 38, n. 4, p. 355-364, 2016. Doi:<https://doi.org/10.4025/actascieduc.v38i4.28147>.

CHARTIER, Roger. A história ou a leitura do tempo. Belo Horizonte: Autêntica, 2017.

DUTRA, Eliana Regina de Freitas. Mediação intelectual e percursos da cultura no Brasil dos anos 1930: o caso da coleção Brasiliana e da Cia. Editora Nacional. In: RODRIGUES, Helenice & KOHLER, Heliane (org.). Travessias e cruzamentos culturais: a mobilidade em questão. Rio de Janeiro: FGV, 2008. p. 154-165.

GALEANO, Eduardo. Livro dos abraços. Porto Alegre: LP&M, 2007.

HALLEWELL, Laurence. O livro no Brasil: sua história. São Paulo: Edusp, 2005.

LE GOFF, Jacques. História e memória. Campinas: Editora da Unicamp, 1990.

LOPES, Nei. Enciclopédia brasileira da diáspora africana. São Paulo: Selo Negro, 2004.

MELO, Guaraci Fernandes Marques de. Primitivo Moacyr: de professor a dândi, uma vida dedicada à escrita da instrução pública. 2018. Dissertação (Mestrado em Educação) – Faculdade de Educação, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2018.

NORA, Pierre. Entre memória e história: a problemática dos lugares. Projeto História, São Paulo, v. 10, p. 7-28, 1993.

PEIXOTO, Afrânio. Prefácio. In: MOACYR, Primitivo. A Instrução e o Império subsídios para a história da educação no Brasil) – 1823-1853, São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1936, vol I, p.7.

SIRINELLI, Jean-François. Os intelectuais. In: RÉMOND, René (org.). Por uma história política. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas, 2003.

VENÂNCIO FILHO, Francisco. Primitivo Moacyr e a história da educação. Cultura Política, Rio de Janeiro, n. 24, p. 94-97, 1943.

VIEIRA, Carlos Eduardo. Intelectuais e educação. Pensar a Educação em Revista, Belo Horizonte, v. 1, n. 1, p. 3-21, 2015.

SITES

AFONSO d’E. Taunay. Academia Brasileira de Letras, Rio de Janeiro, [20--?]. Disponível em:

<https://bit.ly/3gn30ED>. Acesso em: 20 out. 2019.

JORNAL do Comércio. FGV CPDOC, Rio de Janeiro, 2009. Disponível em: <https://bit.ly/3j3Rz6v>. Acesso em: 15 jan. 2019.

VIANA, Hélio. Curso Varnhagen: Rodolfo Garcia. Instituto Histórico de Petrópolis, Petrópolis, 1966. Disponível em: <https://bit.ly/3ybcuco>. Acesso em: 10 jul. 2019.

Downloads

Publicado

2021-11-03

Edição

Seção

Estudos de Cultura Material

Como Citar

CARVALHO, Rosana Areal; MACHADO, Raphael Ribeiro. Crônica post mortem: a vida e a obra de Primitivo Moacyr pela memória de Afonso D’Escragnolle Taunay. Anais do Museu Paulista: História e Cultura Material, São Paulo, v. 29, p. 1–35, 2021. DOI: 10.1590/1982-02672021v29e51. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/anaismp/article/view/178196.. Acesso em: 26 abr. 2024.