VIOLÊNCIA E ACUMULAÇÃO DE CAPITAL NO TERRITÓRIO GOIANO (1985-2010)
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2595-2536.v24i1p39-47Palavras-chave:
Violência, Território, Questão agrária, GoiásResumo
Nas três últimas décadas tem aumentado consideravelmente o número de famílias expulsas de propriedade rurais no território brasileiro, conforme dados da Comissão Pastoral da Terra (CPT). Desta sorte, importa compreender que os processos de expropriação se estabelecem, em primeira instância, por mecanismos de violência, ou seja, seu caráter é extraeconômico. Nesta perspectiva, investigações contemporâneas, seja sobre o trabalho análogo à escravidão, seja sobre a superexploração de trabalhadores rurais, remete as reflexões aos processos violentos que instauraram imperiosos por sobre o território rural brasileiro e especialmente no Estado de Goiás entre os anos de 1985 e 2010. Os dados sobre assassinatos e perseguições à trabalhadores rurais, fornecidos pela CPT, clarificam o fenômeno da violência no campo e, por sua vez, a questão territorial subjacente. Neste sentido, o artigo em questão tem como principal objetivo apreender o fenômeno da violência em terras goianas e sua relação com os processos de acumulação de capital no campo entre os anos de 1985 e 2010, considerando, para tanto, a dinâmica territorial ensejada por uma lógica global de expansão e acumulação capitalista.