A comunidade nacional e o papel do patrimônio monumental na escrita das suas narrativas: o exemplo português de Alexandre Herculano
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.1980-4466.v14i27p34-57Palavras-chave:
Monumento, Nação, Identidade nacionalResumo
Autores e historiadores portugueses referem-se a finais do século XIV, mais concretamente 1383-1385, como início do processo de construção da comunidade nacional portuguesa. Na perspetiva de Alexandre Herculano, em 1385, pela primeira vez, o povo apoia e suporta o rei de Portugal, D. João I, mestre de Avis, contra o rei homónimo, D. João I de Castela, comungando a vitória na Batalha de Aljubarrota com o rei luso. Começaria a estar implícito nesta atitude o conceito de cidadão nacional, na medida em que há uma identificação do povo, mais do que da nobreza, com os propósitos reais. Contudo, apenas a partir do século XIX, e devido à ação do próprio Alexandre Herculano, é que se pode falar com propriedade na imaginação de uma comunidade nacional portuguesa. Herculano foi escritor e historiador, político e intelectual, tendo redigido a primeira história (científica) de Portugal, guiada na sua perspetiva pela preocupação com a veracidade dos factos. Introduziu o romance histórico e a prosa de ficção moderna em Portugal. Analisando algumas das obras de Alexandre Herculano pretendemos investigar a forma como Herculano nacionalizou alguns monumentos, constituindo-se num dos principais fundadores da nação portuguesa. Os atores dos seus romances são personagens da história portuguesa e o seu palco os principais monumentos nacionais, nomeadamente o Mosteiro de Santa Maria da Vitória e o de Alcobaça, que foram sacralizados nas diversas obras herculanas. A partir da sua ação, monumentalizaram-se, nacionalizaram-se e transformaram-se esses antigos espaços religiosos em lugares de memória e berços da nação moderna portuguesa.
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