Nietzsche e Pascoaes, ou o silêncio como acontecimento

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DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2175-3180.v13i25p184-201

Palavras-chave:

Nietzsche, Pascoaes, Silêncio, Poesia, Filosofia

Resumo

Este artigo visa analisar a presença de Nietzsche na obra poética de Teixeira de Pascoaes. Em vários momentos de sua criação literária o poeta do Marão estreitou laços com o filósofo alemão, seja na poesia, como em Jesus e Pã, ou na prosa, como na biografia de Santo Agostinho. No entanto, concentrar-nos-emos no diálogo entre os “personagens” Zaratustra (Nietzsche) e o Tolo (Pascoaes), onde argumentaremos que o silêncio se manifesta na obra de ambos como um acontecimento. Um silêncio que exige, sobretudo, uma “aprendizagem”, revelando desde já o Nietzsche “educador” que Pascoaes leu. Espera-se com esse estudo demonstrar a importância de Nietzsche para a poesia de Pascoaes, viabilizando um caminho para entendermos o autor de O Pobre Tolo como um poeta do silêncio, mas sobretudo como um dos nomes responsáveis pela circulação do pensamento nietzschiano na poesia e na cultura portuguesas.

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Biografia do Autor

  • Rodrigo Michell Araujo, Faculdade de Letras da Universidade do Porto

    Doutor em Filosofia pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto, Portugal (2020). Investigador Colaborador do grupo "Raízes e Horizontes da Filosofia e da Cultura em Portugal", ligado ao Instituto de Filosofia da Universidade do Porto, e membro do CIMEEP, Centro Internacional e Multidisciplinar de Estudos Épicos (GT Épica, Filosofia e Religião), ligado à Universidade Federal de Sergipe.

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Publicado

2021-12-28

Como Citar

Araujo, R. M. (2021). Nietzsche e Pascoaes, ou o silêncio como acontecimento. Revista Desassossego, 13(25), 184-201. https://doi.org/10.11606/issn.2175-3180.v13i25p184-201