SOBRE UMA FOTOGRAFIA DE CAMILO PESSANHA

Autores

  • Paulo de Tarso Cabrini Júnior Faculdade de Direito Oapec/Santa Cruz do Rio Pardo/SP (Professor Titular I).

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2175-3180.v5i10p28-36

Palavras-chave:

Camilo Pessanha (1867-1926). Fotografia. Taoismo. Macau. China.

Resumo

Camilo Pessanha, nascido em Coimbra, Portugal, em 1867, viveu a maior parte de sua vida na China, na colônia portuguesa de Macau, lecionando, e exercendo cargos na área jurídica. Sua vida tem sido objeto de controvérsias, causadas pela distância geográfica em que se encontrava, e pelos numerosos desafetos que teve de cultivar. Os esforços empreendidos por estudiosos, como Paulo Franchetti, da Unicamp/Brasil, e Daniel Pires, em Portugal, têm sido bem-sucedidos no processo de desmistificação da imagem do poeta, polindo os exageros e realçando, daquilo que é meramente “verossímil”, o que nos parece verdadeiro. Dentre as “imagens” que a crítica de viés biográfico procurou construir está a “imagem”, por exemplo, de um pensador e escritor xenófobo, que desprezava o país que o acolheu, imagem pela qual lutou, com muito empenho, um de seus conhecidos mais próximos: João de Castro Osório (1899-1970), filho de sua dileta amiga Ana de Castro Osório (1872-1935). O presente artigo, dentro de uma linha inaugurada pelo livro A imagem e o verbo, de Daniel Pires (2005), procura dar uma interpretação a uma fotografia das mais curiosas que Pessanha nos deixou: a conhecida “fotografia da Praia da Chácara do Leitão”, que, em nosso entender, é um testemunho velado do “amor” que o poeta dedicava à sua nova pátria: a China cultural. Essa constatação se faz pela comparação entre o retrato montado por Pessanha, na praia, e uma pintura de 1851, de sua própria coleção de arte chinesa, doada ao Estado português, em 1916, e de autoria de Sou-Lôc-Pang, grafado, também, Su Liupeng. A fotografia em questão, e a pintura, inscrevem-se numa tradição de representação do “sábio independente do Mundo e da Fortuna”, aproveitando o nome de uma conhecida obra portuguesa do século XVIII; tradição na qual se inscreve, também, o quadro “Bonjour Monsieur Courbet”, de Gustave Courbet (1919-1877).

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Biografia do Autor

  • Paulo de Tarso Cabrini Júnior, Faculdade de Direito Oapec/Santa Cruz do Rio Pardo/SP (Professor Titular I).
    Professor de Língua Portuguesa do Curso de Direito.

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Publicado

2013-12-18

Edição

Seção

Dossiê

Como Citar

Cabrini Júnior, P. de T. (2013). SOBRE UMA FOTOGRAFIA DE CAMILO PESSANHA. Revista Desassossego, 5(10), 28-36. https://doi.org/10.11606/issn.2175-3180.v5i10p28-36